O movimento Sleeping Giants, que surgiu Estados Unidos, com a ideia de derrubar o financiamento de portais de notícias conservadores, já ganhou a versão do ‘Sleeping Giants Brasil’.
O perfil anunciou atuação ‘BR’ nesta última segunda-feira, 18 de maio, e rapidamente já fez várias empresas anunciarem a remoção de propaganda no Jornal da Cidade Online (JCO), portal escolhido para ser o primeiro a receber ‘boicote’ do grupo.
Como já registramos aqui no Conexão Política, a iniciativa visa censurar a mídia alternativa com pretexto de combater o “extremismo”. O boicote funciona da seguinte forma: pessoas anônimas se organizam registrando o anúncio da empresa exibido no site considerado “extremista” e denunciam para as respectivas empresas alegando que suas marcas estão sendo veiculadas em algum site considerado “racista”, “machista” ou qualquer outro adjetivo desprovido de significado substancial, mas que possui uma carga linguística negativa pesada, induzindo e condicionado que essas empresas boicotem os sites e consequentemente que gere uma queda considerável da receita lucrativa dessas empresas de mídia alternativa.
Luciano Huck declara apoio
O apresentador de TV, Luciano Huck, usou o Twitter para declarar apoio ao movimento.
Huck, que possivelmente será candidato à presidência da República, vem usando as redes sociais para demonstrar um pouco mais de suas percepções políticas.
“Belíssima iniciativa. Necessária. Vamos seguir. Vamos apoiar”, escreveu o artista.
Belíssima iniciativa. Necessária. Vamos seguir. Vamos apoiar. @slpng_giants_pt pic.twitter.com/K61h3UYQf2
— Luciano Huck (@LucianoHuck) May 21, 2020
O que o ‘Sleeping Giants Brasil’ significa
Nós sabemos muito bem que todas essas adjetivações possuem uma semântica completamente escorregadia e adaptável ao discurso do espectro político que as monopoliza como meio de criminalizar visões e opiniões de oposição. Quem define o que é sexista, xenofóbico ou racista? Os mesmos que alegam que assobiar para uma mulher é uma forma de estupro? Os que falam que usar o termo “denegrir” é uma cruel manifestação velada de racismo? Os que criminalizam qualquer opinião soberanista a favor do maior controle de fronteiras como xenofobia e preconceito?
Em matéria recente no “El País”, podemos retirar informações do caráter progressista e tendencioso da iniciativa em que a matéria exaustivamente destaca o sucesso dessa empreitada em boicotar mídias e influenciadores considerados como “ultraconservadores”, “extremistas” ou propagadores de uma ideologia supostamente de “extrema-direita”, mesmo que nem eles mesmos saibam definir quais sejam essas características — transformando esses termos em ‘ketchup’ e colocando em cima de qualquer coisa ou circunstância que seja mais conveniente.
Na prática, no que isso implica? Simples: perseguição. Eles não mostram nenhum dossiê, nenhum relatório e absolutamente nenhum documento probatório de que tal mídia seja de fato uma propagadora de “fake news” ou “discurso de ódio”; apenas pressionam as empresas veiculadas nos anúncios enquanto proferem acusações de que tal site seja de extrema-direita ou “homofóbica”. Como qualquer empresa não quer veicular sua marca à qualquer meio que implique em um possível boicote por parte dos consumidores, provavelmente ela opte pela ação mais pacificadora mesmo que não encontre nada de ofensivo no site, se subjugando à agenda linguística e preferencial de um grupo ideológico dominante na iniciativa.
Afinal, quem julga quais notícias sejam falsas ou não? Quem julga o que objetivamente seja sexista, preconceituoso ou de péssimo gosto? Quais são os critérios objetivos e empiricamente observáveis para chegar a essa conclusão? Acontece que não tem. Os critérios são completamente abstratos, subjetivos e modulados à bel prazer dos que dominam essa linguagem difamatória objetivando forçar uma atmosfera de censura condicionando a subsistência de inúmeros veículos de mídia alternativa que precisam da receita proveniente das empresas de anúncios.
Vale lembrar que todo esse engenhoso mecanismo linguístico difamatório naturalmente culmina em um ambiente que aniquila a pluralidade política e ideológica — legitimando um ambiente público engessado em que o debate democrático é dissolvido pelas únicas vozes e visões permitidas pela visão da própria esquerda e de acordo com suas semânticas subjetivas do que se trata “fake news” e discursos “extremistas”. Desse modo, eles monopolizam o fluxo de informações, controlam a comunicação e tornam-se forçadamente os únicos responsáveis pela formação política da população — eliminando quaisquer possibilidades de vigorar visões antagônicas na imprensa independente.
Fique atento, pois sob o pretexto de combater supostos preconceitos, pretendem validar patrulhamento e vigilância sobre a linguagem, a comunicação e promover uma mordaça por meios supra-estatais.