A polícia da Inglaterra aplicou medidas duras a uma livraria cristã e sala de chá, prendendo dois clientes por comparecerem a uma reunião, em meio às restrições de bloqueio de covid-19 impostas pelo governo. Os policiais detiveram os homens e os multaram no equivalente a R$ 1.424,00, depois que eles se recusaram a fornecer detalhes sobre si mesmos, após relatos de que “40 a 50 pessoas” estavam dentro da loja.
De acordo com a BBC, o caso ocorreu em 14 de novembro na livraria ‘Mustard Seed‘, na vila de Gedling, próximo à Nottingham, na Inglaterra.
As autoridades disseram à proprietária do negócio para fechar no início deste mês e emitiram multas depois que a lojista continuou a operar durante o segundo lockdown nacional.
“A proprietária da ‘Mustard Seed‘ em Gedling citou anteriormente a ‘Magna Carta’ como uma razão para permanecer aberta”, escreveu a BBC, em 16 de novembro.
The owner of the Mustard Seed in Gedling previously cited Magna Carta as a reason to remain open https://t.co/imZ1T4NpJf
— BBC East Midlands (@bbcemt) November 16, 2020
A proprietária, Chris Stala, colocou um aviso na janela da livraria indicando que está “sob a jurisdição da lei comum” e citou o artigo 61 da Magna Carta: “Temos o direito de entrar em dissidência legal se acharmos que estamos sendo governados injustamente”. Stala disse que ela não está violando a lei, ao invés disso, ela está assumindo uma posição justa.
“Não estou fazendo isso porque sou rebelde”, disse ela. “Não acredito que o que estou fazendo seja ilegal. Estou defendendo o que é certo e moral.”
Stala enfrentou várias multas, totalizando cerca de R$ 121.000, por ignorar as medidas de bloqueio. Ela pretendia permanecer aberta para que os membros da comunidade, que lutavam com problemas de saúde mental, tivessem um lugar para buscar apoio.
No entanto, o Escritório dos Magistrados de Mansfield emitiu uma ordem para fechar a livraria ‘Mustard Seed‘. O conselheiro John Clarke, do Conselho de Gedling Borough, disse que as autoridades não tinham outra alternativa a não ser fechar o negócio.
O fechamento incluiu a emissão de multas ou possível prisão de qualquer pessoa encontrada no local.
“Demos à proprietária várias chances de fazer a coisa certa e ela decidiu ignorar nossa mensagem”, disse Clarke. “As coisas estão agora tão sérias que ela corre o risco de ser presa, o que ninguém quer ver.”
O Diretor de Saúde Pública de Nottinghamshire, Jonathan Gribbin, disse que apoia as ações da polícia contra a livraria cristã. “Apoio totalmente qualquer ação de organizações parceiras que protejam a saúde e o bem-estar das pessoas em Nottinghamshire”, disse ele.