A deputada Carla Zambelli esteve nesta manhã de quinta-feira (30) no programa ‘Aqui Na Band’ após prometer divulgar um conteúdo inédito dos diálogos que teve por Whatsapp com o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
Nas imagens apresentadas, Carla relata ao ministro que Valeixo demonstrou intenção de sair do governo, mas que isso não refletiria na questão de Moro também ter que sair.
Logo após, a deputada diz estar no Ministério da Justiça, no andar em que Moro atuava. Na ocasião, Zambelli pede para falar com o ex-ministro, mas enfatiza que não foi em nome do Planalto, mas que era uma posição exclusivamente dela.
Para corroborar, ela detalha a admiração que tem por ele desde o tempo que liderava o movimento ‘Nas Ruas’.
Ela insiste em falar com ele: “Me ouve só um pouco. Tudo o que os criminosos querem é a sua saída. Não dê esse gosto a eles, por favor. O Brasil precisa de você!”, escreveu Zambelli.
Moro, então, teria dado condição para continuar no Governo:
“Se o PR [presidente] anular o decreto de exoneração [de Maurício Valeixo], OK”.
Leandro Ruschel
O especialista em investimentos e analista político, Leandro Ruschel, comentou a divulgação do conteúdo inédito.
Segundo ele, as mensagens apresentadas por Zambelli faz com que Moro fique numa situação difícil.
“Essas mensagens apresentadas pela Carla Zambelli deixam Moro numa situação complicada. Se o diretor da PF fosse mantido, Moro também ficaria no cargo. Logo, a acusação dele ao sair fica no mundo do possível crime futuro, o que não é crime. Se não for isso, Moro prevaricou”, escreveu no Twitter.
Ainda de acordo com Ruschel, mesmo que Moro consiga provar alguma espécie de intervenção de Bolsonaro na PF, consequentemente ele também será responsabilizado.
“Em outras palavras, se Moro apresentar alguma prova que Bolsonaro tentou intervir em investigação, ele estará também se incriminando, porque não teria feito nenhuma denúncia no ato do suposto crime, deixando pra lá em troca da manutenção de um aliado na diretoria da PF”, completou.