O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro expediu, nesta terça-feira (29), um novo mandado de prisão contra o casal Anthony e Rosinha Garotinho. O casal é apontado pelo Ministério Público do Rio como suspeito de participação em um esquema de superfaturamento em contratos entre a Prefeitura de Campos dos Goytacazes, no interior do Estado, com uma empreiteira investigada na Operação Lava Jato, para a construção de casas populares.
“É um verdadeiro massacre que fazem contra nós. Todos os tipos de ilegalidades, injustiças cometidas pelo Ministério Público de Campos, membros da Polícia Federal de Campos e dois juízes tem sido feitos contra nós. Nesta última acusação seis Desembargadores se deram por impedidos para julgar a acusação”, comentou em um trecho da publicação.
Garotinho e Rosinha haviam sido presos na Operação Secretum Domus, deflagrada em setembro pelo Ministério Público Estadual, mas o desembargador Siro Darlan, um dia após o casal ser preso, expediu um habeas corpus para os ex-governadores.
De acordo com o MPRJ, eles beneficiaram a Odebrecht em licitações quando Rosinha era prefeita de Campos, entre 2009 e 2016, para a construção de 9.674 casas populares dos programas Morar Feliz I e II.
As investigações apontam que os contratos, somados a aditivos, custaram R$ 1 bilhão, com superfaturamento superior a R$ 62,5 milhões, dos quais R$ 25 milhões teriam sido repassados em propina ao casal.
O esquema foi revelado por dois executivos da Odebrecht, em acordo de colaboração na Lava Jato: os denunciados Leandro Andrade Azevedo e Benedicto Barbosa da Silva Junior. Outro executivo da empresa, Eduardo Garrido Fontenelle, também foi denunciado.
Segundo o MPRJ, estudos técnicos constataram o superfaturamento e apenas cerca de 700 casas de 4.570 do Morar Feliz II foram construídas.