Por meio do Twitter, a juíza Ludmilla Lins Grillo explicou o acerto do presidente Jair Messias Bolsonaro ao expor um vídeo de dois homens cometendo crime contra o patrimônio público, durante o Carnaval deste ano.
Ela escreveu:
“A exposição nua e crua do estado de degradação moral de um povo é meio legítimo e eficiente de elevação do nível de consciência coletiva, na medida em que escancara as entranhas carcomidas do ambiente cultural em que estamos inseridos.
Nos processos judiciais, a prova documental (vídeos, gravações, etc.) tem muito maior poder persuasivo do que a mera prova testemunhal. A oitiva de uma testemunha leva o juiz para a cena do crime de forma indireta, enquanto um vídeo é capaz de transportá-lo diretamente para lá.
Expor a realidade ao grande público pela via visual faz com que haja um deslocamento da posição estratégica do povo no processo de tomada de consciência de sua condição histórica: de mero receptor inerte de discursos políticos ou morais, passa a ser testemunha ocular dos fatos.
É possível despir-se de discursos ideológicos, mas não do ambiente, imagens e influências estéticas a que se é exposto todo o tempo. Os engodos progressistas sobrevivem assim, pois não se trata da adesão racional a uma DOUTRINA, mas da atuação afetiva e profunda em uma CULTURA.
Nesse processo, evidencia-se correta a afirmação de Olavo de Carvalho quando diz que a guerra não é ideológica, mas sim, cultural. O processo de persuasão racional, ou seja, o simples discurso ideológico é absolutamente impotente para lidar com tais fenômenos.
Lutar contra o estado de coisas tem menos a ver com convicções e crenças do que com a linguagem, não somente a verbal, mas também a pictórica – a comunicação através de imagens – que domina sonhos e imaginação. Nessa esfera profunda do imaginário atua a guerra cultural.
Por isso, torna-se essencial deslocar a questão do campo da guerra ideológica (persuasão racional ou argumentativa), para o da guerra cultural, mostrando cabalmente a realidade nua e crua, sem tarjas, em vez de apenas discursar sobre ela de forma elegante, polida e aristocrática”, finalizou.
Após a publicação dos tweets, o professor e filósofo Olavo de Carvalho concordou com a juíza.
“O Miguel Reale Junior tem de tomar umas aulas com a dra. Ludmilla Lins Grilo”, respondeu Olavo.