O corpo de Arthur Neiva Vieira de Sousa, que morreu durante um teste de aptidão física para um concurso público no estado de Roraima, foi enterrado nesta quarta-feira (10) em Gurupi, no sul do Tocantins.
Amigos, familiares e conhecidos se despediram do rapaz, sepultado no cemitério São José ao entardecer.
Querido pelos amigos, o traslado foi cooperado através de uma vaquinha virtual.
O jovem de 23 anos morreu após passar mal durante a realização do teste de aptidão física do concurso de agente penal.
A informação foi confirmada pelo governo do estado na terça-feira (9).
Natural de Tocantins, Arthur fez uma longa viagem até o local onde executou as fases da prova. Durante os exercícios, ele começou a passar mal, recebendo atendimento médico no local. Ainda assim, apresentou um quadro de instabilidade, segundo relatos.
Devido à gravidade do caso, o jovem precisou ser encaminhado ao hospital.
A Secretaria de Saúde de Roraima, segundo o G1, informou que Arthur deu entrada no Hospital Geral de Roraima (HGR) na última sexta-feira (5) após passar mal.
Ainda de acordo com o portal, a primeira nota da Secretaria informou que ele teria fugido da unidade após solicitar alta, mas ter recebido do médico um pedido de revisão do prontuário.
Arthur, então, teria retornado ao hospital no domingo (7), já com quadro de insuficiência hepática e renal. Por conta da gravidade do caso, não resistiu e morreu.
O jovem teria apresentado laudo de aptidão física assinado por um médico cardiologista do Tocantins. Dessa forma, ele estaria apto para a realização do teste físico, conforme registrou a Secretaria.
A família não acredita na versão e questiona a versão apresentada pela pasta.
“Porque é um hospital de referência, ninguém entra e ninguém sai sem ser aberta a porta, ninguém. Como meu filho iria fugir? É mentira, é eles querendo tirar o corpo fora. Ele largou o serviço, ele largou faculdade só para estudar para isso”, disse a mãe.
Marcos Marques, amigo de Arthur, e que também fez a mesma prova, relata que outros candidatos passaram mal durante os exercícios.
“O Arthur falou também que na corrida dele, outras pessoas passaram mal. Na minha corrida, eu fiz o teste às 11h da manhã, no sábado, outras pessoas passaram mal. Eu vi nas redes sociais vídeos de pessoas correndo que também passaram mal”, relatou Marques, ao G1.
Ele, que estava hospedado com Arthur, afirma que o amigo foi atendido várias vezes após o teste de aptidão.
“O Arthur não fugiu do hospital. Eu acho que o caso que estão falando que ele saiu do hospital foi na sexta-feira, logo depois de terem levado ele. A gente foi lá [no hospital] buscar o Arthur, quando ficamos sabendo que ele estava no HGR. O Arthur saiu pela porta do trauma, que é um dos locais do HGR, ele saiu pela porta da frente, com uma equipe abrindo a porta para ele. Ele saiu com os aparelhos dele e a gente o levou, andando”, disse Marcos.
Após os questionamentos da família, o governo de Roraima fez um novo pronunciamento. Segundo o texto, não houve qualquer afirmação de que Arthur teria fugido do hospital. A nota teria destacado que ele não tinha recebido alta antes de deixar a unidade, no sábado (6).
Por fim, a administração estadual assegurou que Secretaria de Saúde prestará os devidos esclarecimentos.