Em uma análise publicada nesta semana, o jornal O Globo criticou a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular todas as ações da Operação Lava Jato contra José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS. O jornal classificou a medida como parte de um “desmonte” da Lava Jato, que foi a maior operação de combate à corrupção no Brasil.
De acordo com O Globo, Toffoli teria agido de forma isolada ao cancelar as ações sem permitir um debate em plenário, impedindo que opiniões divergentes fossem ouvidas. A publicação também acusa o ministro de incentivar uma postura leniente em relação à corrupção.
Léo Pinheiro, réu confesso da Lava Jato, foi condenado a mais de 30 anos de prisão. No entanto, sua defesa argumentou que ele foi vítima de um conluio entre a força-tarefa da Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro. O ministro Toffoli concordou com essa tese, citando diálogos obtidos na Operação Spoofing que indicavam que Pinheiro teria sido pressionado a aceitar um acordo de delação premiada para garantir sua liberdade.
Para o jornal, a decisão de Toffoli de anular as ações contra réus confessos como Pinheiro passa uma mensagem preocupante em um país com histórico de impunidade. A análise sugere que tais decisões deveriam ser debatidas no plenário do STF, dada a importância e as possíveis implicações para o combate à corrupção no Brasil.
Além disso, o texto menciona que, em 2021, Léo Pinheiro confessou ter conhecimento de pagamentos ilícitos de aproximadamente R$ 20 milhões ao ex-prefeito Luiz Marinho (PT), atualmente ministro do Trabalho no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.