O primeiro-ministro israelense suplente e ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, disse que os palestinos mereciam sua própria “entidade” e poderiam ter uma capital em Jerusalém.
Em rara entrevista ao jornal saudita Asharq al-Awsat, Gantz disse que os palestinos “querem e merecem uma entidade na qual possam viver com independência”, segundo relatos da entrevista à imprensa israelense.
No entanto, Gantz não se comprometeu quanto a que tipo de “entidade” ele estava falando.
“Um Estado ou um império, eles podem chamá-lo do que quiserem. É seu direito sentir independência e ter um capital”, disse o ex-Chefe de Gabinete das Forças de Defesa de Israel.
“Queremos uma entidade palestina com contiguidade territorial adequada, que possibilite viver dentro dela com conforto, sem obstáculos ou empecilhos. O que insistimos é na segurança. Precisamos de pontos de observação estratégica para segurança”, disse Gantz.
Gantz chocou alguns com seus comentários sobre Jerusalém.
“Jerusalém deve permanecer unida – mas com um lugar dentro dela para uma capital palestina”, disse Gantz. Quando pressionado para esclarecer o que queria dizer, ele disse apenas que, “[Jerusalém] é uma cidade muito espaçosa e cheia de locais sagrados para todos”.
Gantz apoiou o plano de paz do presidente Trump, mas Gantz não ligou seus comentários a ele. O presidente Trump se referiu a Abu Dis, uma pequena cidade nos arredores de Jerusalém, em seu plano de paz como a futura capital de um Estado palestino.
Segundo o The Jerusalem Post, o ex-prefeito de Jerusalém e atual parlamentar do partido Likud, Nir Barkat, reagiu aos comentários. “Jerusalém é a capital de apenas uma nação, é a capital do eterno povo judeu, e é a capital do Estado de Israel”, disse Barkat.
A entrevista teve como pano de fundo os Acordos de Abraão, em que os Estados do Golfo e outros países muçulmanos têm feito a paz com Israel, desde agosto. Especula-se que a Arábia Saudita se juntará em algum momento, mas seus líderes dizem que Israel deve primeiro fazer a paz com os palestinos e estabelecer um Estado palestino ao longo das linhas de cessar-fogo de 1967.