O delegado da Polícia Federal Alexandre Ramagem, coordenador da segurança de Jair Bolsonaro na eleição do ano passado, tomou posse na tarde desta quinta-feira (11) no cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O presidente Jair Bolsonaro participou da solenidade de posse realizada na sede da agência de inteligência, em Brasília.
Alexandre Ramagem passou a comandar a segurança de Bolsonaro na corrida pelo Palácio do Planalto após o presidente ser vítima, em setembro, de um atentado à faca em Juiz de Fora (MG). Bolsonaro precisou ser submetido a três cirurgias para se recuperar dos ferimentos no abdômen.
Ao discursar no evento, o novo diretor-geral da Abin afirmou que é preciso resgatar a escola de inteligência do país, padronizar a produção de inteligência pelos diferentes órgãos no país e auxiliar no trabalho para prevenção de crimes.
Segundo ele, o Brasil “merece deter uma inteligência de Estado com capacidade, com credibilidade perante as demais instituições e perante a sociedade“.
“Neste momento de tempos atuais de desenvolvimento da tecnologia da informação, a inteligência tem que se aperfeiçoar para entregar com velocidade, pragmatismo, objetividade”, declarou Ramagem.
A Abin é vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, comandada pelo ministro Augusto Heleno. Foi o próprio Heleno quem deu posse ao novo diretor-geral da agência.
O ministro do GSI destacou, ao discursar na cerimônia, que a inteligência precisa ser cada vez mais rápida diante do avanço tecnológico, em ferramentas que disseminam mensagens, como aplicativos de celular.
Um dos ministros mais próximos a Bolsonaro, Augusto Heleno declarou ainda que a Abin produz informações para, segundo ele, embasar decisões do presidente da República da forma mais célere possível. O ministro explicou que a decisão de trocar o comando da Abin se deu para adaptar a agência à corrida em busca da velocidade da inteligência.
Em um breve discurso na solenidade, Jair Bolsonaro ressaltou a necessidade de receber informações de forma ágil para, segundo ele, não ser “surpreendido” e poder tomar decisões rapidamente.
“A gente precisa da informação para que não seja surpreendido. A gente tem que ter a capacidade de se antecipar ao problema. Melhor do que uma boa informação é saber como utilizá-la”, enfatizou Bolsonaro.
Perfil
O novo diretor-geral da agência é delegado da Polícia Federal desde 2005. Na corporação, ele comandou, entre 2013 e 2014, a Divisão de Administração de Recursos Humanos e a de Estudos, Legislações e Pareceres, entre 2016 e 2017.
Alexandre Ramagem atuou ainda na coordenação de grandes eventos realizados no país nos últimos anos, como a Conferência das Nações Unidas Rio+20 (2012), a Copa das Confederações (2013), a Copa do Mundo (2014) e a Olimpíada do Rio (2016).
Em 2017, Ramagem integrou a equipe de policiais responsáveis pela investigação e inteligência de polícia judiciária na operação Lava Jato. Ele também coordenou o trabalho da PF no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, com sede no Rio.
A indicação de Ramagem para o comando da Abin foi aprovada no mês passado pelo Senado. Ele substitui Janér Tesch Hosken Alvarenga no posto máximo da agência de Inteligência.