A Igreja da Inglaterra, também denominada Igreja Anglicana, anunciou que se concentrará em um processo formal de “tomada de decisão” em relação à doutrina da Igreja em relação ao sexo, sexualidade e casamento.
O Times of London informou que a Igreja poderá aprovar o ‘casamento’ entre pessoas do mesmo sexo até 2022, depois que seus bispos prometeram tomar uma ‘decisão’ sobre as discussões sobre sexualidade. Os bispos concordaram em apresentar suas ideias ao Sínodo Geral da Igreja, que toma todas as decisões finais sobre a doutrina.
Após três anos de discussões a portas fechadas sobre a questão do ‘casamento’ entre pessoas do mesmo sexo, os arcebispos da Igreja Anglicana pediram desculpas publicamente à comunidade LGBT, de acordo com o The Daily Mail.
Oficiais da Igreja lançaram uma seção no site da Igreja, “Vivendo em Amor e Fé”, que inclui um livro de 480 páginas, vídeos, podcasts e cursos educacionais para tratar da temática do ‘casamento’ LGBT. No entanto, membros da Igreja da Inglaterra dizem que o “teste-chave” para eles será se essas ideias são consistentes com o ensino da Bíblia.
O aposentado Reverendo Julian Henderson, Bispo de Blackburn e Presidente do Conselho Evangélico da Igreja Anglicana, disse: “Para aqueles que se envolveram no ‘Viver em Amor e Fé’, oferecemos nossos agradecimentos por seu tempo, energia, compromisso e empenho. Vamos olhar de perto os materiais agora publicados e responder plenamente no devido tempo. Para nós, trata-se de seguir a Cristo, submetendo-nos ao que as Escrituras dizem, assim como Ele fez. Portanto, precisaremos discernir os materiais em ‘Viver em Amor e Fé’ avaliando todos os vários recursos à luz das Escrituras. Embora as discussões sobre essas questões sejam sempre bem-vindas, a questão-chave não é sobre o procedimento da igreja, mas se acreditamos que o ensino das Escrituras é correto e se isso é realmente sobre obediência às Escrituras.”
“A todos aqueles na Igreja da Inglaterra que estão perturbados com as sugestões de que a Igreja possa decidir, no futuro, se afastar da ortodoxia histórica, dizemos: ‘Estamos aqui para vocês, para apoiá-los e conduzi-los. Vocês não estão sozinhos.’ Vamos lutar incansavelmente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. Vamos defender o que os cristãos sempre acreditaram ao longo da história e o que a esmagadora maioria dos cristãos em todo o mundo ainda acredita. Esses não são assuntos em que podemos simplesmente concordar em divergir, por razões que o Novo Testamento deixa claro”, acrescentou o reverendo.
Ao longo dos anos, a Igreja da Inglaterra fez várias mudanças doutrinárias cedendo à atual cultura de cancelamento contra a moralidade sexual segundo os ensinamentos bíblicos. Isso gerou atrito entre os líderes e membros da igreja.
Em julho de 2019, a Igreja Anglicana anunciou que reconheceria o casamento envolvendo transexuais, mas somente se os cônjuges fossem de sexos opostos na época do casamento e optassem pela transição sexual no período seguinte aos seus casamentos heterossexuais, de acordo com o Huffington Post.
Mais tarde, em dezembro, o novo Arcebispo de York, Stephen Cottrell, disse acreditar que o ensino bíblico sobre a sexualidade deveria vir depois das crenças culturais ocidentais do século 21.
Em dezembro de 2018, a Igreja da Inglaterra emitiu uma nova orientação de sua Casa dos Bispos para suas paróquias ao planejar serviços para ajudar no acompanhamento de transexuais durante suas transições de ‘mudança’ de sexo.
Andrea Minichiello Williams, chefe do Executivo de uma das organizações evangélicas mais proeminentes no Reino Unido, a Christian Concern, que é também membro do Sínodo Geral da Igreja Anglicana, disse na época que a Igreja da Inglaterra está continuando sua “trajetória devastadora em direção a uma negação total de Deus e de sua Palavra” ao virar as costas sobre o que Deus diz na Bíblia.
“Não há necessidade de os cristãos sacrificarem a Verdade em uma tentativa equivocada de ser amoroso”, disse ela em um comunicado à imprensa. “Não é amor induzir as pessoas – e a sociedade em geral – às falsidades e mitos da ideologia trans”.
Um mês depois que a nova orientação foi emitida, uma carta aberta assinada por mais de 2.200 membros do clero da Igreja conclamou a Casa dos Bispos a “revisar, adiar ou retirar” esta nova orientação.