A inteligência artificial (IA) pode se tornar uma importante aliada no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo no Brasil, externou nesta segunda-feira (4) o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
A fala aconteceu durante sua participação no seminário que celebra os 25 anos da lei de combate a esse tipo de crime no país, sediado em Brasília.
“Antevemos, por exemplo, o uso de inteligência artificial como ferramenta auxiliar nesse trabalho [de combate à lavagem de dinheiro], mas há desafios, pois as novas tecnologias também podem ser usadas para operações ilícitas”, afirmou o presidente do BC em cerimônia promovida pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Que falar sobre os mecanismo atuais, Campos Neto disse que o Brasil tem buscado se aperfeiçoar e, dentro de atualizações constantes, se aperfeiçoar no rastreamento da origem de recursos ilegais.
“Temos avançado em uma ampla agenda de novas tecnologias que têm o potencial de elevar a rastreabilidade das operações e tornar o combate e a prevenção dessas atividades ilícitas ainda mais efetivo”, afirmou.
Durante o evento, o presidente do BC fez um balanço sobre os avanços do Brasil nas duas áreas: combate à lavagem de dinheiro e ao repasse de dinheiro ao terrorismo. Como principais marcos, Campos Neto citou o alinhamento do país a diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Grupo de Ação Financeira da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Na ocasião, ele disse que o Brasil manterá o compromisso de reprimir os crimes financeiros e que o BC continuará a colaborar com os órgãos de controle.
“Posso afirmar que essa cooperação tem gerado muitos bons resultados. A atuação do Banco Central tem contribuído para viabilizar importantes operações conduzidas pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e demais órgãos de controle”, declarou.
Ainda durante a cerimônia, Campos Neto informou, como mostrou o Conexão Política, que o Banco Central fez 33 milhões de comunicações ao Coaf, das quais 5,5 milhões apenas no ano passado.