Nesta última terça-feira (29), o CEO do Grupo Boticário, Artur Grynbaum, disse que a companhia deixará de usar o termo ‘Black Friday’ em suas promoções.
De acordo ele, há anos a empresa discute sobre a origem da expressão, e que não existem “dados científicos que comprovem que ele [o termo] realmente não se relaciona à questão da escravatura”.
Mesmo assim, a corporação informou que passará a adotar o termo ‘Beauty Week’ para identificar a temporada de descontos.
Não vamos mais usar o termo "Black Friday” por que parte das pessoas e movimentos não se sentem à vontade com seu uso. Essa não é uma ação pontual e sim parte de um movimento maior: representatividade importa MUITO para Boti. 💚
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— Boti Real Oficial (@oBoticario) September 30, 2020
A medida foi tomada, segundo Grynbaum, “respeitando os movimentos que sentem desconforto”.
Ele afirma que a empresa decidiu “parar de refletir e começar a agir”, extinguindo a expressão de suas comunicações.
O CEO acredita que a medida pode trazer riscos para o negócio, mas sustenta que O Boticário precisa provocar discussões construtivas.
“Precisamos de algo maior e essa transformação deve começar por nós. Esse movimento emergiu nas equipes do Grupo Boticário, a discussão ganhou força e esse é o resultado. Naturalmente há riscos de perdas para o negócio, há pouco tempo para adaptarmos a estratégia e estamos comprometidos em seguir atendendo as necessidades dos nossos consumidores da melhor forma, mas decidimos assumir: melhor que esperar a perfeição, é construir juntos aquilo em que acreditamos”, declarou.
O executivo ainda deixou um convite para que outras lideranças empresariais adotem a mesma postura.
“Afinal, não estamos falando ‘só’ de uma mudança no termo: está em pauta aqui o caminho para alcançarmos o sucesso responsável e dar mais uma contribuição para uma nova perspectiva de raça na sociedade, com senso de urgência e coragem”, completou.