Na quinta-feira (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos, o Observatório da Internet NetBlocks confirmou por meio de sua conta no Twitter o bloqueio parcial em Cuba do Twitter e do Facebook.
“Confirmado: Facebook e Twitter parcialmente interrompidos em Cuba. Os dados da rede em tempo real indicam um alto impacto na rede estadual de Cubacell, que limita o acesso às redes sociais coincidindo com as chamadas para as manifestações #HumanRightsDay”, diz a publicação.
Confirmed: Facebook and Twitter partially disrupted in #Cuba; real-time network data indicate high impact on state-owned Cubacell network limiting access to social media coinciding with calls for #HumanRightsDay demonstrations 📉
📰 Previously: https://t.co/JOKfRpfe8D pic.twitter.com/bJZVewOUL9
— NetBlocks (@netblocks) December 10, 2020
“É um cenário muito preocupante, antes de isso acontecer o governo já havia implementado mecanismos de bloqueio de sites de notícias ou organizações ligadas ao ativismo ou à sociedade civil independente, mas isso é novo, e há uma semana também aconteceu com o Telegram e com VPNs, disse Norges Rodríguez, fundador e diretor da YucaByte, à CubaNet.
O que está acontecendo hoje na ilha “foi visto há algumas semanas em torno do que aconteceu com os membros do Movimento San Isidro, quando também foi relatada instabilidade no acesso às redes sociais, e a NetBlock na ocasião confirmou que a ETECSA estava bloqueando o acesso dos cubanos às redes”, disse Rodríguez.
Dados de rede do Observatório da Internet confirmaram, em 30 de novembro, que em Cuba houve uma interrupção parcial das redes sociais e plataformas de transmissão entre sexta-feira, 27 de novembro e segunda-feira, 30 de novembro de 2020.
“As interrupções provavelmente limitarão o fluxo de informações de origem independente de Cuba. O acontecimento ocorre após três dias de serviço limitado e ocorre em meio a protestos em Havana por um grupo que reivindica direitos artísticos”, disse o NetBlocks na época.
No entanto, este cenário “é o preâmbulo para um apagão total em face de um eventual surto social”, disse Norges Rodríguez. “Se amanhã houver uma eclosão social em Cuba, isso significa que a ditadura está disposta a fechar não só as redes sociais, mas a Internet por completo, estamos falando de todo tipo de informação, tanto da que o cubano pode receber, como da aquele que você pode enviar”.
Embora, “apesar de preocupante também não seja incomum, há relatos de ações semelhantes de governos totalitários que bloquearam, diante dos protestos, o acesso às redes sociais e à internet”.
O bloqueio do regime socialista às redes sociais ocorre precisamente em um dia, marcado pelo assédio, prisão e cerco de ativistas, opositores, jornalistas independentes e artistas em toda Cuba.