O ministro do STF Gilmar Mendes comentou sobre os diálogos vazados pelo site The Intercept. Para ele, procuradores federais tentaram ganhar dinheiro com a Lava-Jato. Uma das mensagens teria mostrado o então corregedor-geral do Ministério Público Federal, Hindemburgo Chateaubriand Filho criticando informalmente a conduta do procurador da República, Deltan Dallagnol, por dar palestras remuneradas.
“Está escrito na Constituição. Eu não posso usar a função pública para ganhar dinheiro além do que eu já ganho”, disse Gilmar.
O ministro ainda comparou as conversas dos procuradores com atitudes de organizações criminosas: “Se nós olharmos a linguagem de determinadas organizações criminosas, nós não conseguimos distinguir quem é o combatente do crime e quem é o partícipe de organização criminosa”.
Para o ministro, os “problemas” na condução da Lava Jato são a “maior crise” vivida pelo Judiciário desde a redemocratização: “Nada é comparável a isso que nós estamos vivendo, porque atinge a Justiça Federal e a Procuradoria-Geral da República na sua substância. São duas instituições de elite do sistema que estão fortemente atingidas por essas revelações”, destacou.
Em sua conta no Twitter, o procurador Deltan Dallagnol se manifestou: “Mensagens de origem criminosa e que não são autênticas, são usadas para taxar de ruim algo que é totalmente legal e bom para a sociedade.
As palestras de alguns integrantes da força-tarefa para a APAE, gratuitas e beneficentes, promoveram a cidadania e a luta contra a corrupção.”