A Comissão de Educação discutiu na semana que passou (04) sobre a revogação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, proposta feita pelos deputados Dr. Jaziel (PL-CE) e Paula Belmonte (Cidadania-DF).
O Acordo propôs a unificação da ortografia entre os países que usam o português como língua oficial. Mas, segundo o escritor Sidney Silveira, o documento está longe de reunir consenso, sobretudo em Portugal e no Brasil. Para ele, o acordo tem impacto negativo, inclusive, na alfabetização:
“Estamos diante de algo que precisa ser revogado ontem e diz respeito a cada um de nós. Hoje os professores de português ensinam muitas vezes coisas que têm regra praticamente incompreensíveis, o hífen por exemplo. (…) É muito difícil, é confuso, é abstruso”, disse.
Para Sérgio de Carvalho Pachá, que foi lexicógrafo-chefe da Academia Brasileira de Letras, a unidade de uma língua não se dá pela ortografia ou o léxico; mas é muito maior do que tudo isso e existe por si, sem necessidade de comprovação.
Aqui, as modificações incluíram a eliminação dos acentos em terminações ‘eia’ e ‘oo’; a supressão do trema; além de mudanças nas regras para emprego do hífen. As letras k, w e y foram incorporadas oficialmente ao alfabeto.
O Acordo foi assinado em 1990 e está em vigor há cerca de uma década no país.