Na entrevista exclusiva, o escritor e jornalista Paulo Briguet explica como o jornal Brasil Sem Medo vem reagindo às recentes tentativas de censura
Muito antes de Jair Bolsonaro ser eleito Presidente da República, o filósofo Olavo de Carvalho havia previsto: quando um candidato conservador se apresentasse para uma eleição majoritária, ele ganharia. Mais recentemente, Olavo fez uma nova previsão: no momento em que existir um jornal conservador, ele será líder de mercado. Afinal, uma parcela enorme da população brasileira é conservadora e suas demandas não são atendidas pela mídia em geral.
Em dezembro de 2019, Olavo de Carvalho anunciou o surgimento deste tão esperado jornal conservador, o Brasil Sem Medo (BSM). O nome se mostraria muito bem escolhido: com poucos meses de existência, o jornal já é alvo de ataques. Os mais severos começaram em junho, quando o grupo denominado Sleeping Giants começou uma campanha de boicote ao BSM.
Como argumentou o próprio BSM em artigo publicado sobre o tema, “os progressistas encontraram um modo prudente e sofisticado de censurar as vozes conservadoras: chantagear empresas que os financiam”.
OPINIÃO | PL das Fake News controlará a liberdade de informação na internet
Conexão Política torna-se alvo de grupo anônimo que visa censurar portais conservadores
O jornal está tomando as devidas medidas legais. Mas se viu fortalecido pelo desafio. “Não vivemos de anúncios, e sim da colaboração dos nossos assinantes. E eles reagiram de forma muito positiva. Gostaríamos de agradecer a quem nos atacou”, diz o editor-chefe do veículo, escritor e jornalista Paulo Brighet.
Paulista, radicado em Londrina (PR) desde 1989, com atuação em diferentes veículos de imprensa, Paulo se tornou conservador com o passar dos anos. Na juventude, defendeu o ideário da esquerda. “Lutamos para que essa situação mude. Não é necessário ser de esquerda quando jovem para depois migrar para o pensamento conservador, esse processo é resultado de uma ampla e desonesta manipulação ideológica que precisa acabar”, ele analisa.
Na entrevista concedida com exclusividade à equipe do movimento Docentes pela Liberdade (DPL), Paulo explica os objetivos do BSM e descreve a reação da equipe, e de seus leitores, diante dos ataques recentes.
[Em tempo: A conversa com o professor faz parte de um esforço do movimento Docentes pela Liberdade (DPL) em trazer pensadores competentes e capazes de agregar análises relevantes para o cenário nacional. As opiniões expressas na entrevista não reproduzem, necessariamente, as posições do DPL ou Conexão Política]
Qual é o principal objetivo do BSM?
Somos um jornal conservador, em um país de imensa população conservadora, que não se vê atendida em suas demandas por informação. Como veículo de imprensa, noticiamos fatos, relatando informações com seriedade. Apenas adotamos uma abordagem conservadora, em um país em que a imprensa é controlada pela visão progressista. Por exemplo: quando um homem ateia fogo em um ônibus, na Esplanada dos Ministérios, gritando “Fora Bolsonaro”, e depois é solto, nós noticiamos o fato. Mas também lembramos que o tratamento dado pela Justiça seria bastante diferente se ele tivesse gritado “Fora STF”. Como já vimos muitos casos recentes, quem critica o Judiciário é sujeito a prisões arbitrárias, sem direito a acesso aos autos do processo.
Como o jornal é financiado?
Desde que o jornal surgiu, em dezembro, fizemos a escolha de não nos sustentar com anúncios. Não vivemos de anúncios, e sim da colaboração dos nossos assinantes. Quem mantém o Brasil Sem Medo são seus leitores, que pagam R$ 29 por mês ou R$ 290 por ano. A receptividade dos leitores tem sido enorme. Aliás, gostaria de agradecer ao Sleeping Giants: depois do ataque que recebemos, nossa base aumentou. As agressões nos fortaleceram, e o dinheiro extra que recebemos será utilizado inteiramente para pagar nosso colunista misterioso, o Motorista do Uber, especializado em destrinchar as ações da extrema imprensa.
Como o BSM reagiu aos ataques recentes?
Estamos tomando as devidas medidas legais, mas precisamos agradecer a quem nos atacou. Essas agressões são uma forma de reconhecimento ao nosso trabalho, é a prova de que estamos incomodando ao trazer a público as notícias do ponto de vista conservador. Além de aumentar nossa arrecadação entre os leitores.
O que o senhor tem a dizer aos empresários que correram para declarar que não apoiariam mais o jornal?
Eu gostaria que eles lembrassem que essas pessoas da esquerda odeiam os empresários, desprezam a atividade econômica produtiva. Se hoje as corporações cedem a esse tipo de chantagem, amanhã eles próprios serão os alvos. Nós conservadores, ao contrário, apoiamos as empresas e o trabalho que elas desenvolvem em prol do desenvolvimento da economia e do país.
Leia também: Saiba quando as check-facts atuam como mecanismos de censura