O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse em entrevista ao jornal O Globo que o Brasil terá um processo lento para se recuperar do ‘oceano de fracassos’ do governo Jair Bolsonaro.
Doria, que desde o início da pandemia tem adotado políticas extremistas que resultaram no amplo fechamento de comércios e indústrias sob a justificativa de combater o surto da Covid-19, afirma que o país ‘não tem um líder’ na Presidência, mas um ‘psicopata’.
“O Brasil é um oceano de fracassos: na saúde, na ciência, no meio ambiente, na educação, na proteção aos mais pobres. Vai demorar para recuperar o Brasil depois de Bolsonaro”, disse.
Segundo ele, não há coordenação do governo federal para ajudar as empresas em meio à pandemia de Covid-19.
“Milhões de pessoas estão sofrendo, assim como milhares de empresas. Qual é o nível de socorro e coordenação do governo federal? Nenhum. Mesmo para a aprovação de um auxílio emergencial houve uma dificuldade enorme e acabamos com um auxílio que dá para comprar um botijão de gás, dois quilos de arroz, dois quilos de feijão, dois sacos de farinha e mais nada. Que ajuda é essa? É um desastre”, completou.
Apesar das declarações do tucano, o presidente da República tem defendido a continuação das atividades econômicas desde o início da pandemia. Inclusive, atuou diretamente na elaboração de um projeto de lei que visa ampliar as ‘atividades essenciais’ e garantir a continuidade de milhões de empregos.
Em maio de 2020, quando o surto da Covid-19 chegava ao país, o mandatário tecia fortes críticas às restrições e medidas de isolamento radicais, alegando que a fome iria desencadear problemas muito maiores.
Bolsonaro, desde o início, tem destacado que as políticas adotadas ao longo dos últimos meses necessitam de revisão para que se possa ‘voltar à normalidade’, argumentando que os efeitos colaterais do combate à pandemia podem ser mais danosos do que o próprio vírus.
“Tem que reabrir, nós vamos morrer de fome. A fome mata, a fome mata! O Brasil está se tornando um país de pobres. O que eu falava lá atrás, que era esculachado, estão vendo a realidade agora aí. Para onde está indo o Brasil? Vai chegar um ponto que o caos vai se fazer presente aqui. Essa história de lockdown, de fechar tudo, não é esse o caminho. Esse é o caminho do fracasso, quebrar o Brasil”, disse o chefe do Executivo, na época.
Ainda em entrevista ao jornal O Globo, Doria defendeu que o centro busque consolidar um nome de consenso para disputar a eleição presidencial de 2022.
“São sete nomes que compõem esse polo democrático. Os pensamentos não são iguais. Mas nós convergimos em um ponto: a defesa do Brasil. Neste momento, isso basta. É um fator importante de coesão”, completou.