Pelo menos 70.000 pessoas fugiram do conflito na região de Nagorno-Karabakh, entre o Azerbaidjão e a Armênia. Isto é, a metade dos habitantes da região, de acordo com o governo regional.
Nagorno-Karabakh é uma região de etnia armênia situada entre as montanhas do Pequeno Cáucaso e faz parte, de jure, do Azerbaidjão. Porém, ela é governada de fato pela República de Artsaque, que não tem reconhecimento internacional. Desde o fim da Guerra do Nagorno-Karabakh, em 1994, representantes dos governos da Armênia e do Azerbaidjão vêm mantendo negociações de paz, mediadas pelo Grupo de Minsk, acerca do status em disputa da região. Desde então, houve alguns conflitos, mas não tão intensos como atualmente.
Devido aos conflitos violentos das últimas semanas, muitas pessoas da região foram obrigadas a fugir. Pelo menos 800 pessoas foram para a aldeia montanhosa de Tegh, mas dezenas de milhares também se deslocaram para a Armênia. A maioria delas é idosos, mulheres e crianças. Os homens permaneceram em Nagorno-Karabakh para lutar contra o exército do Azerbaidjão.
“É terrível, as casas e as estradas foram completamente destruídas. Mesmo se quisermos voltar, não podemos”, disse Maro Hagopi Petrosyan, de 67 anos, à BBC. Muitos refugiados estão ansiosos para voltar, mesmo que a luta continue. “Mas, por enquanto, o mais importante é que meus filhos estejam seguros”, disse uma mulher de 53 anos, mãe de seis filhos.
Segundo a AFP, nesta sexta-feira (9), a Armênia e o Azerbaidjão devem realizar suas primeiras negociações de alto nível, após quase duas semanas de confrontos, com esperanças de que um cessar-fogo possa ser negociado em Moscou.