A Guarda Costeira dos Estados Unidos (USCG) identificou destroços durante a busca pelo submarino Titan desaparecido no Oceano Atlântico, enquanto realizava uma expedição ao Titanic. Os destroços foram encontrados pela sonda do navio Horizon Arctic, pertencente ao exército canadense.
No entanto, ainda não é possível determinar se os destroços pertencem ao submarino desaparecido. Especialistas serão encarregados de analisar o material encontrado. Segundo um comunicado, “um campo de destroços foi descoberto dentro da área de busca por um ROV perto do Titanic. Especialistas do comando unificado estão avaliando as informações”. A Guarda Costeira americana convocou uma coletiva de imprensa para as 15h, horário de Boston (16h pelo horário de Brasília), na qual espera-se que mais detalhes sobre os destroços sejam divulgados.
A debris field was discovered within the search area by an ROV near the Titanic. Experts within the unified command are evaluating the information. 1/2
— USCGNortheast (@USCGNortheast) June 22, 2023
A descoberta dos destroços, durante a busca pelo submarino, ocorre após a USCG informar que o suprimento de ar respirável da embarcação havia se esgotado pela manhã.
De acordo com a empresa OceanGate, proprietária do submarino, o veículo subaquático tinha um estoque de oxigênio para 96 horas. No último domingo, dia 18, o submarino Titan perdeu o contato com a equipe responsável pela expedição aproximadamente 1 hora e 45 minutos após iniciar sua descida até uma profundidade de quase 4 mil metros no oceano. Além da Guarda Costeira americana, autoridades do Canadá e da França estão participando das operações de busca.
Durante a manhã, um navio francês equipado com um robô de mergulho em alto mar intensificou os esforços de busca. O navio diminuiu sua velocidade nas proximidades da área onde o submarino perdeu contato com a empresa proprietária. Essa desaceleração foi registrada pelo Marine Traffic, um site que rastreia o tráfego marítimo em todo o mundo. Especialistas afirmam que essa desaceleração pode indicar que algo foi encontrado no fundo do mar.
Buscas pelo submarino
Durante uma coletiva de imprensa, o Capitão Jamie Frederick, da Guarda Costeira dos Estados Unidos, informou que as equipes de busca já cobriram uma área de mais de 26 mil km² no mar aberto, aproximadamente do tamanho do estado de Alagoas.
As operações de busca envolvem a utilização de aviões e barcos na superfície, caso o submarino tenha emergido, mas esteja sem comunicação. Boias de sonar foram lançadas no mar para tentar localizar o submarino submerso. Além disso, um robô submarino francês, capaz de realizar mergulhos em águas profundas, também está participando das buscas.
A Guarda Costeira dos EUA dispõe de um sistema especializado com capacidade para içar objetos grandes, volumosos e pesados, como submarinos. Novos equipamentos serão incorporados às operações de busca ainda nesta quinta-feira.
Ruídos captados
Na última atualização, foi relatado que sinais subaquáticos foram detectados por um avião canadense. O anúncio da detecção desses ruídos trouxe uma nova esperança em relação à possibilidade de resgatar as cinco pessoas a bordo do submarino Titan.
O Capitão Frederick informou que as equipes de busca ainda não conseguiram determinar a origem exata dos sons captados, mas as operações foram imediatamente direcionadas para a região onde os ruídos foram registrados. Esse desenvolvimento promissor aumentou a expectativa de um possível resgate bem-sucedido.
Por que é difícil achar o submarino?
Existem vários fatores que estão dificultando a operação de resgate, como a profundidade em que o submarino pode estar, a falta de luz durante a noite e as condições do mar. A Guarda Costeira dos Estados Unidos explicou que as operações de busca são extremamente complexas. O contra-almirante John Mauger afirmou na segunda-feira: “É um desafio realizar uma busca nessa área remota, mas estamos mobilizando todos os recursos disponíveis para garantir que possamos localizar a embarcação e resgatar as pessoas a bordo”. O capitão Frederick também mencionou ontem que a busca continua sendo um processo complexo e que as equipes estão trabalhando incansavelmente.
Tripulantes do submarino
No submarino Titan estavam a bordo o bilionário britânico Hamish Harding, presidente da empresa de jatos particulares Action Aviation, o empresário paquistanês Shahzada Dawood, vice-presidente do conglomerado Engro, juntamente com seu filho Suleman. Além deles, também estavam presentes o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, especialista em exploração dos destroços do Titanic, e Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions.
Tripulantes sabiam do perigo
Conforme relatado por Reiss à BBC, todos os envolvidos na expedição estavam conscientes dos perigos envolvidos. Antes do embarque, foi necessário assinar um documento no qual a morte era mencionada três vezes logo na primeira página. Essa medida destacava claramente os riscos e a natureza desafiadora da expedição.
Qual o valor do passeio no submarino Titan até o Titanic?
O valor da excursão é de US$ 250.000 (cerca de R$ 1,2 milhão) por passageiro. Esse pacote inclui a oportunidade de realizar um mergulho de oito horas até os destroços do Titanic.
“Segurança é desperdício”
Stockton Rush, fundador e CEO da OceanGate, empresa responsável pelo submarino “Titan”, que desapareceu durante uma expedição em direção aos destroços do Titanic, expressou uma opinião no podcast de que “em algum momento, a segurança é apenas puro desperdício”. Vale ressaltar que o empresário é um dos tripulantes que estão a bordo do submersível desaparecido no Oceano Atlântico.
Profundidade do Titanic
O RMS Titanic partiu do porto inglês de Southampton em 10 de abril de 1912, em sua viagem inaugural em direção a Nova York. No entanto, após colidir com um iceberg cinco dias depois, o navio afundou. Cerca de 1.500 pessoas, entre passageiros e tripulantes, perderam a vida dos 2.224 a bordo.
Os destroços do Titanic foram descobertos em 1985, a uma profundidade de 4.000 metros, cerca de 650 quilômetros da costa canadense, em águas internacionais do Oceano Atlântico. Desde então, a área tem sido visitada por caçadores de tesouros e turistas.
Embora seja possível que o submarino Titan ainda esteja intacto durante o mergulho, é importante ressaltar que existem poucas embarcações capazes de atingir a profundidade em que o Titan pode ter chegado.