Os democratas da Câmara divulgaram sua resolução de impeachment do presidente Donald Trump nesta segunda-feira (11), acusando-o de “incitação à insurreição” e alegando “seu papel nos distúrbios da semana passada no Capitólio dos EUA”. A resolução pode ser apresentada formalmente na Câmara ainda hoje.
O documento inclui as seguintes declarações:
“… Donald John Trump se envolveu em crimes graves e contravenções ao incitar a violência contra o governo dos Estados Unidos, em que:
Em 6 de janeiro de 2021, de acordo com a 12ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos, o Vice-Presidente dos Estados Unidos, a Câmara dos Representantes e o Senado se reuniram no Capitólio dos Estados Unidos para uma Sessão Conjunta do Congresso para contar os votos do Colégio Eleitoral. Nos meses anteriores à Sessão Conjunta, o presidente Trump repetidamente emitiu declarações falsas afirmando que os resultados das eleições presidenciais foram produto de fraude generalizada e não deveriam ser aceitos pelo povo americano ou certificados por funcionários estaduais ou federais. Pouco antes do início da Sessão Conjunta, o Presidente Trump se dirigiu a uma multidão no Ellipse em Washington, D.C. Lá, ele reiterou as falsas afirmações de que ‘ganhamos esta eleição e a vencemos por uma vitória esmagadora’. Ele também fez declarações intencionais que, no contexto, encorajaram – e previsivelmente resultaram em – ações sem lei no Capitólio, como: ‘se você não lutar como o inferno, não terá mais um país.’ Assim incitado pelo presidente Trump, membros da multidão a que ele se dirigiu, na tentativa de, entre outros objetivos, interferir com o dever constitucional solene da Sessão Conjunta de certificar os resultados da eleição presidencial de 2020, violou ilegalmente e vandalizou o Capitólio, feridos e matou policiais, ameaçou membros do Congresso, o vice-presidente e funcionários do Congresso e se envolveu em outros atos violentos, mortais, destrutivos e sediciosos.
A conduta do presidente Trump em 6 de janeiro de 2021 seguiu seus esforços anteriores para subverter e obstruir a certificação dos resultados da eleição presidencial de 2020. Esses esforços anteriores incluíram um telefonema em 2 de janeiro de 2021, durante o qual o presidente Trump instou o secretário de estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a ‘encontrar’ votos suficientes para derrubar os resultados das eleições presidenciais da Geórgia e ameaçou o secretário Raffensperger se ele não o fizesse então.
Em tudo isso, o presidente Trump colocou gravemente em perigo a segurança dos Estados Unidos e de suas instituições governamentais. Ele ameaçou a integridade do sistema democrático, interferiu na transição pacífica de poder e colocou em perigo um ramo coigual do governo. Com isso, ele traiu sua confiança como presidente, para manifesto prejuízo ao povo dos Estados Unidos.”