Por nove votos a um, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu punir com censura o procurador da República e ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba/PR, Deltan Dallagnol.
Dentro do conselho, a penalidade de censura é a segunda mais grave e atrasa a progressão na carreira. A reprimenda também serve de agravante para outros processos no órgão.
Os procuradores do MP também podem ser punidos com advertência, suspensão, demissão ou cassação da aposentadoria.
ENTENDA O CASO
Dallagnol foi acusado de tentar interferir na eleição à Presidência do Senado Federal em 2019.
Na ocasião, ele utilizou as redes sociais para afirmar que a pauta anticorrupção seria impedida de avançar caso Renan Calheiros (MDB-AL) fosse eleito presidente da Casa.
Se Renan for presidente do Senado, dificilmente veremos reforma contra corrupção aprovada. Tem contra si várias investigações por corrupção e lavagem de dinheiro. Muitos senadores podem votar nele escondido, mas não terão coragem de votar na luz do dia. https://t.co/VbDs3Z7weB
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) January 9, 2019
A denúncia ao órgão foi feita pelo próprio Renan, porém o julgamento havia sido suspenso pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na última sexta-feira (4), a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), o ministro Gilmar Mendes, também do STF, revogou a decisão do decano e autorizou a retomada do caso.