Em agosto de 2019, Lady Eunji foi presa quando conduzia estudos bíblicos na China para mulheres refugiadas da Coreia do Norte. Eunji passou meses em uma prisão chinesa. Ela seria transferida para um campo de prisioneiros em sua terra natal, a Coreia do Norte, mas escapou de forma milagrosa. Apesar de tudo o que passou, a norte-coreana continua agradecida: “Deus me protegeu e me guiou pelo vale da morte.”
A organização cristã Portas Abertas relatou seu testemunho e libertação.
Eunji estava esperando ser enviada de volta à Coreia do Norte. Por causa de sua fé cristã, Eunji provavelmente seria transferida para o campo de trabalho forçado de segurança máxima em Kwan-li-so, onde cristãos são frequentemente torturados e assassinados.
Embora os detalhes da libertação e fuga de Eunji sejam poucos, Eunji disse que, como sua deportação para a Coreia do Norte foi adiada, ela conseguiu permanecer na China e ser libertada antes de ser repatriada. O atraso deu ao seu marido chinês a oportunidade de resgatá-la em uma operação milagrosa.
Sem fé e oração, Eunji não teria sobrevivido. Eunji agradeceu a Deus por Sua proteção e por guiá-la “no vale da morte” e expressou gratidão pelas orações dos cristãos em todo o mundo.
“Obrigado por todas as suas orações e apoio em nome de Jesus”, agradeceu Eunji.
Coreia do Norte
Nos últimos 19 anos, a Coreia do Norte foi classificada como o pior país do mundo quando se trata de perseguição aos cristãos na Lista Mundial de Perseguição da organização Portas Abertas. A organização estima que aproximadamente 50.000 cristãos sejam mantidos em campos de prisão desumanos no país comunista, onde o cristianismo é visto como “ameaça ao Estado”.
Os cristãos enviados de volta para a Coreia do Norte dos centros de detenção chineses são frequentemente tratados pior do que os cristãos locais.
A Portas Abertas relatou um “aumento do número de detenções e sequestros de cristãos e missionários sul-coreanos e chineses-coreanos na China. Este aumento é consequência de medidas tomadas pela ditadura comunista de Xi Jinping que fortaleceu o controle nas fronteiras com punições mais severas para cristãos fugitivos da Coreia do Norte e aumentou os esforços para eliminar todos os meios que espalham a fé cristã.
Prisioneira 42
Uma outra mulher cristã, chamada pela Portas Abertas de “Prisioneira 42” contou à organização de apoio a cristãos perseguidos sobre sua prisão na Coreia do Norte. No campo de prisioneiros, sua cabeça foi raspada e suas roupas foram tiradas. Todas as manhãs, ela precisava rastejar por um tipo de aba para cachorro na porta para ser interrogada por guardas. Ela não tinha permissão para olhar para eles.
Ela se lembrou que, durante uma hora, os guardas faziam as mesmas perguntas: “Por que você estava na China? Quem você conheceu? Você foi à igreja? Você tinha uma Bíblia? Você conheceu algum sul-coreano? Você é cristã?”.
Para permanecer viva, ela foi forçada a mentir.
“Quando eles me perguntaram se eu era cristã, tinha que mentir”, disse a Prisioneira 42.
“Se eu admitisse que era ajudada por cristãos chineses, seria morta, rápida ou lentamente”, acrescentou ela.
Após o interrogatório, ela era chutada e espancada todos os dias.
“Doía mais quando atingia meus ouvidos. Meus ouvidos ressonavam um zumbido por horas, às vezes dias”, disse a cristã perseguida.
Durante um ano, a Prisioneira 42 ficou em uma cela fria, não viu a luz do sol e ninguém além dos guardas.
Mais tarde, ela foi sentenciada a 4 anos em um campo de reeducação, onde ela e outros cristãos formaram uma igreja secreta. Ela foi libertada depois de 2 anos em detenção.
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Perseguição extrema
Segundo o missionário cristão coreano-americano Kenneth Bae, que foi mantido refém na Coreia do Norte de 2012 a 2014, o governo norte-coreano tem mais medo dos cristãos do que de armas nucleares.
“Eles disseram: ‘não temos medo de armas nucleares … temos medo de alguém como você trazer religião para o nosso país e usá-la contra nós, e todos se voltarão para Deus e isso se tornará o país de Deus e cairemos'”, disse Bae.
Kenneth Bae foi preso por falar a outros sobre Jesus Cristo na Coreia do Norte. Ele foi condenado a 15 anos de prisão e enviado a um campo de prisioneiros de trabalho forçado, mas foi libertado após 2 anos, em 2014.
Bae revelou que, quando falava de Jesus para os norte-coreanos, eles perguntavam se Jesus morava na Coreia ou na China.
“A Coreia do Norte não é um país onde os cristãos estão sendo perseguidos; é um país onde o cristianismo foi eliminado”, enfatizou Bae.
“E se você é cristão, eles te matam e matam seus pais”, disse o missionário cristão.