Em um esforço para conter o surto, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciou uma série de medidas, incluindo a limitação de grandes reuniões e a expansão da lista de quarentena dos viajantes para incluir cinco países da Europa Ocidental.
Um dos 16 israelenses que contraíram o coronavírus assistiu a uma partida de futebol na semana passada em Tel Aviv, levando o Ministério da Saúde a instruir os torcedores sentados em sua seção, que possui cerca de 5.300 assentos, à autoquarentena.
Alemanha, França, Suíça, Espanha e Áustria
Israelenses retornando da Alemanha, França, Suíça, Espanha e Áustria receberam ordem de auto-quarentena por 2 semanas desde que deixaram esses países. A medida também foi aplicada retroativamente às chegadas dos últimos 14 dias. Além disso, qualquer cidadão estrangeiro proveniente desses países será impedido de entrar em Israel, disse Netanyahu durante uma coletiva de imprensa no Ministério da Saúde.
Medidas
Netanyahu descreveu o surto como uma “epidemia global [que] pode ser uma das mais perigosas dos últimos 100 anos”.
No entanto, acrescentou, Israel “está indo melhor que os outros países”.
Parte do motivo pelo qual Israel estava se saindo melhor do que outros países com casos confirmados de coronavírus, disse o primeiro-ministro, foram as “medidas pesadas” que estava implementando.
“Iniciamos amplas quarentenas e testes extensivos que outros países não. Tomamos medidas para lidar com pessoas que retornam do exterior. Na Itália, o vírus está se espalhando rapidamente. A taxa de mortalidade é de 4-5% e a porcentagem de pacientes gravemente doentes é de 10%”, afirmou o primeiro-ministro.
Qualquer cidadão estrangeiro que esteve na Síria, Irã, Iraque ou Líbano nos 14 dias anteriores à sua chegada a Israel também será impedido de entrar no país. Na semana passada, Israel restringiu a entrada a estrangeiros que estavam nos últimos 14 dias na Tailândia, Cingapura, Coreia do Sul, Japão, Itália, China e Hong Kong e Macau. Os israelenses que retornam desses países foram instruídos a se ‘auto-colocar’ em quarentena.
Israel também emitiu um aviso de viagem contra viagens ao exterior, a menos que seja absolutamente necessário.
Reuniões de mais de 5.000 pessoas não seriam mais autorizadas e todas as conferências internacionais foram instruídas para serem canceladas.
Após o anúncio, shows, eventos esportivos e vários desfiles para o próximo festival judaico de Purim anunciaram seus cancelamentos.
Netanyahu também aconselhou os israelenses a evitar o contato físico, inclusive o aperto de mãos.
O Ministério da Saúde também instruiu todo um corpo discente, composto por cerca de 1.150 estudantes do ensino médio, à autoquarentena após serem expostos ao mesmo adolescente que assistiu ao jogo de futebol. Separadamente, uma turma do ensino fundamental de outra escola também foi instruída a se isolar depois que o professor foi diagnosticado com o vírus.
Segundo o professor Itamar Grotto, vice-diretor do Ministério da Saúde, enquanto a disseminação do vírus em Israel era “inevitável”, as medidas drásticas foram uma tentativa de atrasar a crise.
“Podemos esperar um surto em larga escala e não sabemos quão forte será. Parece que estamos falando de um evento de meses, então devemos permanecer calmos e pacientes”, disse Grotto.