Desde o início da pandemia do vírus chinês, a Coreia do Norte tem insistido repetidamente que permanece “livre de covid-19”. No entanto, novos relatórios afirmam que o regime comunista está deixando as vítimas do vírus morrerem em “campos de quarentena” secretos, segundo uma matéria da South China Morning Post.
Isso aconteceu depois que o ditador comunista, Kim Jong Un, agradeceu a seu país por “não ter um único” caso de covid-19, em um discurso no desfile militar de 10 de outubro.
Dias depois, novos dados da Organização Mundial de Saúde mostraram que a Coreia do Norte registrou 5.368 casos “suspeitos” de covid-19. Autoridades norte-coreanas dizem que os números são resultado de uma “vigilância intensificada”, segundo a OMS.
Tim Peters, um ativista cristão que dirige a organização sem fins lucrativos ‘Helping Hands Korea‘, com sede em Seul, na Coreia do Sul, disse ao South China Morning Post que as fontes relataram que os pacientes estão sofrendo em campos perto da fronteira com a China.
“Uma das informações mais alarmantes que chegou até nós é que o governo da Coreia do Norte está fornecendo o mínimo ou nenhum alimento ou remédio para aqueles que estão confinados lá”, disse Peters. “Portanto, cabe às famílias dos cidadãos em quarentena chegar até a cercadura dos campos e levar comida para manter vivos seus parentes em quarentena, juntamente a todos os recursos de saúde que eles possam reunir, sejam medicamentos comprados e vendidos nos mercados ‘jangmadang’ [negros] ou mesmo remédios caseiros de ervas colhidas nas encostas das montanhas.”
Peters acrescentou que as fontes dizem que muitas das pessoas nos campos já morreram, não apenas de pandemia, mas também de fome e causas relacionadas.
David Lee, um pastor cristão que trabalha com desertores norte-coreanos em Seul, também disse ao South China Post que refugiados que mantiveram contato com parentes ainda no país relataram casos de pessoas com sintomas “sendo forçadas a se isolar ou serem trancadas em suas casas sem comida ou outro sustento e ‘deixadas para morrer'”.
Em julho, a Coreia do Norte implementou medidas de bloqueio que inicialmente levantaram especulações de que havia casos suspeitos, mas mesmo depois de relatar um possível primeiro paciente com covid-19, as autoridades norte-coreanas insistiram que o teste foi “inconclusivo”.
Funcionários da OMS relataram que as fronteiras da Coreia do Norte permanecerão fechadas, reuniões de grupos foram proibidas, máscaras são obrigatórias em público e todas as instituições educacionais, incluindo pré-escolas, estão em férias prolongadas de verão.