Na última quinta-feira (8), a China lançou sua “versão oficial do VPN”, o navegador ‘Tuber’, que oferece uma “visão além do Grande Firewall”, podendo acessar serviços de internet bloqueados como YouTube, Facebook, Twitter, Instagram e Google, mas seletivamente. O navegador filtra as informações e nenhum assunto “politicamente sensível” aos olhos do governo comunista chinês gera resultados.
A tática de controle do governo chinês parece ter mudado a estratégia de controle social: em vez de bloquear sites fora do alcance de Pequim e rastrear o uso “ilegal” de VPNs para contornar o Grande Firewall, a China agora usará este novo aplicativo, que dá ao seu povo um vislumbre da Internet ocidental, mas com a ressalva de que seu rastro digital pode estar sob vigilância das autoridades comunistas.
Essa é mais uma tentativa do governo do Partido Comunista Chinês em dizer que “os chineses têm liberdade até para acessar sites que antes eram bloqueados, desde que tenhamos total controle sobre cada passo da pessoa na Internet”.
O navegador móvel estreou nas lojas Android terceirizadas da China na semana passada, com um lançamento iOS a caminho. A página de destino do aplicativo apresenta um feed de rolagem de vídeos do YouTube, com guias na parte inferior que permitem aos usuários visitar outros serviços de internet ocidentais convencionais.
O aplicativo, que aparenta ser uma “abertura” sem precedentes da internet chinesa, é na verdade um navegador com um véu de censura. As consultas no YouTube por palavras-chave politicamente sensíveis, como “Tiananmen” e “Xi Jinping”, não retornaram resultados no aplicativo, de acordo com testes feitos pelo TechCrunch. E usar o aplicativo também traz responsabilidades; o registro requer um número de telefone chinês, que está vinculado à identidade real da pessoa, segundo os termos de serviço do aplicativo.
Muito sobre o serviço permanece obscuro, como sua origem, o motivo por trás dele e a tecnologia que usa para superar o elaborado mecanismo de censura da China. A operadora do site oficial do aplicativo (上海 丰 炫 信息 技术 有限公司) é 70% controlada por uma subsidiária da Qihoo 360, uma gigante chinesa de software de cibersegurança, de acordo com informações de registro de empresas.
Desde o seu lançamento na semana passada, dezenas de milhões na China já usaram o aplicativo para experimentar uma “internet ocidental” fortemente censurada.
No entanto, no sábado (3), o Tuber foi removido da loja de aplicativos Android da Huawei e a cópia baixada parou de funcionar, deixando os usuários com a mensagem de que está “passando por uma atualização do sistema”. O site do aplicativo também não está funcionando. Não está claro o motivo da remoção do aplicativo.