Nesta última quinta-feira (4), os consultores legislativos Cristiano Aguiar Lopes e Daniel Chamorro Petersen, que elaboraram relatório para a CPMI das Fake News, emitiram nota em que afirmam terem incluído de forma “equivocada” o jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, na lista de veículos divulgadores de notícias falsas.
Em texto publicado no site do jornal, o chefe de redação, Ewandro Schenkel, disse que o erro indica desconhecimento da comissão sobre a publicação.
“O relatório da CPMI das Fake News erra ao classificar a Gazeta do Povo como um site divulgador de notícias falsas. Não apenas erra como expõe a falta de conhecimento dos integrantes da CMPI sobre um dos maiores jornais do país segundo todas as ferramentas de medição de audiência. A Gazeta do Povo checa notícias há mais de cem anos, muito antes da criação da ideia de agências especializadas. Logo, a apuração criteriosa dos acontecimentos está solidificada em nosso DNA”, escreveu.
Ao falar sobre o caso, o presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Marcelo Träsel, afirma que a classificação da Gazeta do Povo como um veículo que divulga fake news “demonstra os riscos de se gravar em lei um conceito de desinformação e deixar a cargo do Estado a classificação de uma notícia como falsa ou verdadeira”.
A referência é ao projeto de lei que pretende criar regras para definir o que é fake news na internet, em tramitação no Congresso Nacional.
De acordo com Träsel, “por sorte, se trata apenas da opinião de consultores legislativos, não de uma sentença judicial. Esperamos que o caso sirva de alerta para os congressistas que pretendem aprovar a toque de caixa, em meio a uma crise sanitária e econômica, leis sobre o tema, sem discussão ampla e tranquila com os jornalistas e com a sociedade”.
Com informações, Gazeta do Povo.