O analista e ex-diplomata Michael Kovrig foi levado a julgamento nesta segunda-feira, 22, em Dandong, na China, sob acusações de espionagem.
Kovrig, de 49 anos, detido em dezembro de 2018, tem sido mais um alvo do país asiático. A China, conforme registra o Conexão Política, é constantemente denunciada em tribunais internacionais sob acusações de perseguir opositores e de violação aos direitos humanos.
No caso do canadense, autoridades afirmam que a prisão veio à tona de forma ‘arbitrária’ em resposta à prisão de uma executiva da Huawei em Vancouver. Além dele, um outro homem, de identificação Michael Spavor, também do Canadá, foi preso na mesma ocasião. Ambos enfrentam prisão perpétua.
O mais intrigante é que, até o momento, diplomatas canadenses não tiveram acesso aos julgamentos e foram informados de que as audiências seriam realizadas a portas fechadas por causa de alegadas preocupações com a segurança nacional.
Mesmo assim, diplomatas e jornalistas compareceram para buscar informações e manifestar apoio.
“Michael Kovrig está detido há mais de dois anos. Ele foi detido arbitrariamente e agora vemos que o processo do tribunal em si não é transparente”, disse Jim Nickel, subchefe da missão da embaixada canadense.
“Estamos muito preocupados com isso, mas agradecemos aqueles que vieram das embaixadas aqui em Pequim e o apoio internacional que tivemos para Michael, para o Canadá e o apelo que muitos de nós estamos fazendo para sua libertação imediata”, acrescentou.
Por fim, Nickel informou que 26 países enviaram representantes para mostrar seu apoio, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e outros países europeus.
Segundo autoridades locais, não foi revelado quanto tempo deve durar o julgamento ou quando o veredito final será anunciado.
Ottawa segue acusando Pequim de ter prendido seus dois cidadãos em retaliação. A China nega.