Julisses Fleming, pai do adolescente Carlos Teixeira, de 13 anos, falecido uma semana após ser agredido por dois estudantes na Escola Estadual Júlio Pardo Couto, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, clama por justiça em meio à dor da perda.
Em entrevista, Julisses relata que o filho já havia sido vítima de bullying, o que o levou a procurar a direção da escola em busca de soluções.
“Levamos nossos filhos à escola confiantes de que estarão seguros e estudando, e, no fim, isso acontece”, desabafou Julisses, que trabalha como porteiro e manobrista.
Carlos Teixeira faleceu após sofrer três paradas cardiorrespiratórias na última terça-feira, 16, enquanto estava internado no Hospital Santa Casa de Santos.
O adolescente completou 13 anos em 7 de abril, dois dias antes das agressões ocorrerem na escola. Estudante do 6º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Professor Júlio Pardo Couto, Carlos era descrito pelo pai como uma criança saudável.
O pai conta que o filho estava de costas para a dupla de agressores, conversando com outro colega, quando foi surpreendido pelos dois, que pularam sobre ele. “Eles não estavam brincando”, enfatiza Julisses.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram Carlos contando aos pais sobre a agressão, demonstrando dor nas costas ao respirar. No diálogo, é visível o sofrimento do adolescente e sua preocupação com a dor.
Julisses, então, levou-o à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Praia Grande diversas vezes na semana, mas o filho era medicado e liberado.
No entanto, os sintomas se agravaram na segunda-feira (15), levando Julisses a levá-lo à UPA Central de Santos (SP), onde Carlos precisou ser internado e entubado. No dia seguinte, foi transferido para a Santa Casa de Santos, onde veio a falecer após três paradas cardiorrespiratórias.
Os médicos suspeitam que a causa da morte tenha sido uma infecção pulmonar. A Santa Casa de Santos confirmou a transferência, mas não divulgou mais detalhes.
O caso está sendo investigado pelo 1º Distrito Policial (DP) de Praia Grande como morte suspeita. O corpo de Carlos passou por necropsia, mas o atestado de óbito, que leva de 30 a 90 dias para ficar pronto, aponta broncopneumonia bilateral como a causa da morte.