Uma das três vítimas do ataque à Basílica Notre-Dame em Nice, na França, é uma brasileira. A informação foi confirmada pelo Itamaraty na noite de quinta-feira (29).
Três pessoas morreram. A brasileira foi identificada como Simone Barreto Silva, de 44 anos. Ela era natural de Salvador, morava na França havia 30 anos e cuidava de idosos.
Segundo o Itamaraty, a vítima brasileira era mãe de três filhos. O governo lamentou o ocorrido por meio de nota.
“O Presidente Jair Bolsonaro, em nome de toda a nação brasileira, apresenta suas profundas condolências aos familiares e amigos da cidadã assassinada em Nice, bem como aos das demais vítimas, e estende sua solidariedade ao povo e governo franceses”.
“O Brasil expressa seu firme repúdio a toda e qualquer forma de terrorismo, independentemente de sua motivação, e reafirma seu compromisso de trabalhar no combate e erradicação desse flagelo, assim como em favor da liberdade de expressão e da liberdade religiosa em todo o mundo. Neste momento, o Governo brasileiro manifesta em especial sua solidariedade aos cristãos e pessoas de outras confissões que sofrem perseguição e violência em razão de sua crença”, acrescentou o Itamaraty, que disse estar prestando assistência consular à família da brasileira morta no ataque.
As três vítimas foram atacadas dentro da igreja antes da primeira missa do dia. Duas morreram dentro da basílica.
Simone teria conseguido fugir para um bar próximo do local do ataque após ser esfaqueada, mas não resistiu aos ferimentos.
“Diga a meus filhos que os amo”, disse ela aos paramédicos, de acordo com o canal francês BFM TV. Ela morreu pouco tempo depois.
Uma das vítimas, uma idosa de cerca de 60 anos, ainda não foi identificada. Ela foi encontrada praticamente decapitada, perto da fonte de água benta, disse uma fonte da polícia ao Le Figaro.
E outra vítima é um homem de 55 anos, sacristão da basílica por mais de 10 anos e identificado como Vincent Loquès, que também foi quase decapitado. Ele era responsável pela manutenção e boas-vindas aos visitantes da igreja. Pai de duas filhas, Loquès era conhecido e amado por muitos frequentadores regulares da igreja.
Loquès estava abrindo a igreja na manhã de quinta-feira, quando o terrorista cortou sua garganta, informou a polícia.
O terrorista muçulmano foi baleado e preso pela polícia. Ele foi identificado como Brahim Aioussaoi, um tunisiano de 21 anos. De acordo com as autoridades, ele estava com um Alcorão, dois telefones e três facas, e gritava “allahu akbar” (deus é o maior).
O presidente francês, Emmanuel Macron, classificou o ataque como “ataque terrorista islâmico”. Cerca de 4 mil soldados franceses estão protegendo escolas e igrejas pelo país.
A França foi repetidamente abalada por ataques de terroristas islâmicos nos últimos anos. No início deste mês, a decapitação de Samuel Paty, professor de História, chocou o mundo. Ele havia mostrado caricaturas de Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão.
Os residentes de Nice também foram alvos anteriores. Quatro anos atrás, 86 pessoas morreram quando terrorista muçulmano atropelou deliberadamente pedestres com um caminhão em um feriado nacional francês.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, disse na rádio que a França está engajada em uma luta contra a ideologia de muçulmanos radicais.