O Brasil encerrou 2024 com um total de 278.299 focos de incêndio, representando um aumento de 46,5% em comparação com 2023, quando foram registradas 189.901 ocorrências. Esses números foram divulgados pelo sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O volume registrado em 2024 é o mais alto desde 2010, embora o ano de 2007 permaneça como o pior na série histórica.
Entre os biomas brasileiros, a Amazônia foi a região mais afetada, acumulando 140.346 focos de incêndio ao longo do ano, o que equivale a 50,4% do total. O Cerrado veio em seguida, com 81.468 registros, correspondendo a 29,3%.
O mês de agosto, tradicionalmente marcado por um aumento das queimadas, registrou 68.635 focos, o pior dado para o período em 14 anos. No entanto, setembro superou esse número, com 83.154 incêndios contabilizados, tornando-se o mês mais crítico de 2024.
Além do crescimento no número de incêndios, o Brasil enfrentou uma seca histórica no ano passado, considerada a mais severa dos últimos 75 anos, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A estiagem, que costuma ocorrer durante o inverno brasileiro, entre junho e setembro, apresentou uma intensidade incomum. Na região amazônica, por exemplo, a seca começou quase um mês antes do habitual, já no início de junho, agravando ainda mais a situação.
Segundo o governo federal, esses dois fatores foram determinantes para o cenário crítico: o país foi atingido por ondas de calor intensas e a antecipação da temporada de seca em algumas áreas.