Nesta quinta-feira (26), o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o dinheiro apreendido no “bunker” do ex-ministro Geddel Vieira Lima seja usado na compra de equipamentos e materiais médicos para combater os efeitos do coronavírus no Brasil.
O montante é de R$ 50 milhões e o pedido foi enviado ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo.
Segundo o procurador-geral, “tendo em vista a crise na saúde pública decorrente da pandemia vivenciada, o caráter fungível dos valores pecuniários apreendidos, bem como a orientação para o emprego de recursos obtidos a partir de condenações penais no combate à doença, vislumbra-se a possibilidade de se destinar, desde logo, os valores apreendidos no endereço vinculado aos réus para a aquisição de materiais e equipamentos médicos”.
A apreensão ocorreu em setembro de 2017. A Polícia Federal descobriu as nove malas com o dinheiro em um apartamento de Salvador/BA.
De acordo com as investigações, o apartamento foi emprestado ao ex-ministro para que guardasse os pertences do seu pai, já falecido. Durante as investigações sobre Geddel, surgiu a suspeita de que ele estava usando o local para esconder provas de atos ilícitos e dinheiro em espécie.
Em outubro de 2019, Geddel, que está preso, foi condenado a 14 anos e 10 meses de cadeia pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.