Após ter sua prisão revogada em meio a uma investigação de lavagem de dinheiro ligada a casas de apostas online, Gusttavo Lima retomou sua carreira musical e anunciou para esta quarta-feira, dia 25, o lançamento de uma nova etapa do projeto acústico “In Greece”. O cantor gravou novas músicas e regravou faixas a bordo de um barco em Mykonos, ilha grega onde também comemorou seu aniversário de 35 anos.
A viagem chamou a atenção dos investigadores da operação Integration. Além das gravações musicais, Gusttavo Lima realizou uma festa de aniversário. Entre os convidados estavam José André e Aislla, proprietários da casa de apostas Vai de Bet, ambos alvos da investigação.
A juíza Andrea Calado da Cruz, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, apurou que o casal investigado viajou na mesma aeronave que transportou Gusttavo Lima, realizando o trajeto “Goiânia, Atenas, Kavala” e, no retorno, “Kavala, Atenas, Ilhas Canárias, Goiânia”. “Esses indícios reforçam a gravidade da situação e a necessidade de uma investigação minuciosa, evidenciando que a conivência de Nivaldo Batista Lima com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”, afirmou a magistrada na decisão.
Na última terça-feira, dia 24, o Tribunal de Justiça revogou a prisão preventiva de Gusttavo Lima. A decisão foi tomada pelo desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, que também ordenou a soltura de Deolane Bezerra, investigada na mesma operação. O Tribunal justificou que as razões para o pedido de prisão envolvem “ilações impróprias e considerações genéricas”.
Defesa de Gusttavo Lima quer reparação
Em comunicado, a defesa de Gusttavo Lima afirmou ter recebido com “muita tranquilidade e sentimento de justiça” a decisão do desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Os advogados ressaltam que o vínculo do cantor com as empresas sob investigação era exclusivamente relacionado ao uso de imagem e à venda de uma aeronave.
“A relação de Gusttavo Lima com as empresas investigadas era estritamente de uso de imagem e decorrente da venda de uma aeronave. Tudo feito legalmente, mediante transações bancárias, declarações aos órgãos competentes e registro na Anac. Tais contratos possuíam diversas cláusulas de compliance e foram firmados muito antes de que fosse possível se saber da existência de qualquer investigação em curso”, detalha a defesa em outro trecho da nota.
Na decisão inicial que determinou a prisão preventiva de Gusttavo Lima, a juíza apontou que o cantor “adquiriu uma participação de 25% na empresa Vai de Bet, o que acentua ainda mais a natureza questionável de suas interações financeiras”. Para a magistrada, o vínculo do sertanejo com os investigados “deve ser encarado com extrema cautela, uma vez que, em tese, apresenta características espúrias e duvidosas”, levantando dúvidas sobre a alegação de que a relação era apenas de uso de imagem.
Diante da repercussão do caso, a defesa de Gusttavo Lima informou que está avaliando medidas para reparar os danos causados à imagem do cantor.
“Gusttavo Lima tem e sempre teve uma vida limpa e uma carreira dedicada à música e aos fãs. Oportunamente, medidas judiciais serão adotadas para obter um mínimo de reparação a todo dano causado à sua imagem”, declarou a defesa.