Na quarta-feira (17), o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, realizou uma reunião a portas fechadas com o chefe de política externa da China, Yang Jiechi, no Havaí, marcando a primeira reunião de alto nível entre os dois países desde o início da pandemia de coronavírus chinês.
Desacordos
As duas maiores economias do mundo estão em desacordo com o tratamento da pandemia e a decisão da China de impor legislação de segurança em Hong Kong, entre vários pontos de atrito que pioraram este ano.
Yang disse a Pompeo que Washington precisa respeitar as posições de Pequim em questões importantes, interromper sua interferência em assuntos como Hong Kong, Taiwan e Xinjiang e trabalhar para reparar as relações, disse o Ministério das Relações Exteriores da China em um comunicado.
“Pompeo, que foi criticado por críticas contundentes por diplomatas chineses e pela mídia estatal, enfatizou ‘a necessidade de acordos totalmente recíprocos entre as duas nações'”, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Morgan Ortagus.
“Ele também enfatizou a necessidade de total transparência e compartilhamento de informações para combater a pandemia contínua do COVID-19 e evitar futuros surtos”, acrescentou Ortagus.
Horas após o término da reunião, a China anunciou que seu principal órgão parlamentar revisará o projeto de lei de segurança nacional de Hong Kong durante uma sessão iniciada nesta quinta-feira (18).
Momentos antes de iniciarem as conversações, Pompeo e seus colegas das outras grandes democracias industriais do G7 divulgaram uma declaração conjunta expressando “graves preocupações” sobre os planos da China de prosseguir com a lei de segurança, que ataca liberdades democráticas do território de Hong Kong, e instando Pequim a “reconsiderar esta decisão”.
No início da reunião, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma lei pedindo sanções contra os responsáveis pela repressão aos muçulmanos uigures na região chinesa de Xinjiang, provocando uma ameaça de retaliação por parte de Pequim.
Pompeo tem sido forte em suas críticas a Pequim. Foi o seu primeiro contato conhecido com Yang desde que eles discutiram o coronavírus chinês por telefone em 15 de abril, e seu primeiro encontro presencial desde o ano passado.
Segundo a Reuters, nenhum dos lados delineou uma agenda para as negociações no Havaí, mas diplomatas e outras fontes disseram que a reunião foi solicitada pela China.