O Ministério Público Federal pediu ao diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre, que a PF faça operações apenas em “casos de extrema urgência”.
O pedido foi feito após a operação desastrosa da PF em conjunto com a Polícia Civil do Rio, que acabou na morte do adolescente de 14 anos, João Pedro Mattos, dentro de casa, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio.
O menino foi baleado no último dia 18, em meio à operação encabeçada por policiais federais e civis. A bala que vitimou João Pedro saiu de uma arma com o mesmo calibre de fuzis usados por policiais na operação, após dispararem 70 tiros contra a casa do jovem.
Com diversos hospitais por perto, João foi levado de helicóptero pelos policiais do Complexo do Salgueiro, na cidade de São Gonçalo, até uma base dos Bombeiros no Leblon, Zona Sul da Cidade do Rio, sem dar notícias à família.
Como já chegou sem vida, só restou aos bombeiros levarem o corpo de volta à São Gonçalo e deixa-lo no Instituto Médico Legal. Após um dia de busca em diversos locais, a família soube que um corpo com as características de João teria sido deixado sem identificação no IML, então foram até lá e reconheceram o menino.
“Manifesto a preocupação deste colegiado com casos em que operações policiais em comunidades com especiais vulnerabilidades resultam em mortes, como ocorreu no Complexo do Salgueiro”, afirmou o subprocurador-geral da República Domingos Sávio, coordenador da 7ª Câmara da Procuradoria-Geral da República (PGR), que cuida do controle externo da atividade policial.