Um novo estudo descobriu que pacientes com COVID-19, particularmente pacientes negros, com altos níveis de vitamina D podem ter um risco menor de serem infectados pela doença.
É o que revelam os pesquisadores da University of Chicago Medicine, que publicaram suas descobertas na revista médica JAMA Open Network. Eles estudaram 3.000 pacientes que tiveram seus níveis de vitamina D testados duas semanas antes de um teste COVID-19.
A informação foi veiculada com detalhes pela rede de emissora canadense CTV News.
Esses novos resultados apontam que ter níveis de vitamina D acima dos normalmente considerados suficientes está associado a uma diminuição do risco de teste positivo para COVID-19, pelo menos em indivíduos negros”, disse o autor principal do estudo, Dr. David Meltzer, em um comunicado à imprensa.
A vitamina D pode ser produzida pelo corpo em resposta à exposição da pele à luz solar, mas também pode ser obtida por meio de dieta e suplementos. Meltzer explicou que pessoas com pele mais escura geralmente têm níveis mais baixos de vitamina D.
Ainda de acordo com o canal de TV, os médicos geralmente recomendam níveis de vitamina D de 30 ng/ml como suficientes para que as pessoas sejam saudáveis. Mas o estudo descobriu que pacientes negros cujos níveis estavam entre 30 a 40 ng/ml tinham um risco 2,6 vezes maior de teste positivo para COVID-19 – em comparação com aqueles com níveis de 40 ng/ml.
“Isso apoia os argumentos para a concepção de ensaios clínicos que podem testar se a vitamina D pode ou não ser uma intervenção viável para reduzir o risco da doença, especialmente em pessoas de cor”, acrescentou Meltzer, que também é chefe de Medicina Hospitalar da UChicago Medicine.
A partir desse novos resultados, sua equipe está testando a eficácia dos suplementos de vitamina D na prevenção de COVID-19 em geral.
Os pesquisadores examinaram a relação entre a probabilidade de infecção e os níveis de vitamina D por meses, com este estudo seguindo um anterior que descobriu que uma deficiência de vitamina D (menos de 20 ng/ml) pode realmente aumentar o risco de teste positivo para COVID-19.
Um estudo separado descobriu que mais de 80% das pessoas com diagnóstico de COVID-19 eram deficientes em vitamina D. E outro estudo, apresentado virtualmente na reunião anual da Endocrine Society, descobriu que pacientes hospitalizados com COVID-19 com baixos níveis de vitamina D eram menos propensos a morrer ou precisar de ventiladores se recebessem suplementos do composto, evidenciou a reportagem da CTV News.
Metzer frisou, contudo, que muitas pesquisas foram feitas sobre o impacto da vitamina D na saúde óssea, mas apenas algumas evidências de que a vitamina D pode melhorar a função imunológica e diminuir a inflamação. Para ele, o seu último estudo mostra que estudos anteriores podem não ter usado vitamina D suficiente para realmente examinar seu impacto no sistema imunológico. Por fim, ele destacou que este foi um estudo observacional, o que significa que não determinou uma causa e efeito diretos entre a vitamina D e a contração de COVID-19.
“Podemos ver que há uma associação entre os níveis de vitamina D e a probabilidade de um diagnóstico de COVID-19, mas não sabemos exatamente por que isso acontece, ou se esses resultados são devidos diretamente à vitamina D ou outros fatores biológicos relacionados.”