O V encontro do Grupo de Puebla, aliança que reúne lideranças esquerdistas de 17 países, ocorreu em 29 de janeiro virtualmente com a presença do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, e de mais de 60 dirigentes esquerdistas da América Latina e Europa. A reunião contou com a participação de dois presidentes titulares, o argentino Alberto Fernández (um dos promotores e fundadores do Grupo) e o boliviano Luis Arce, além de 11 ex-presidentes entre os quais, Dilma Rousseff e Luis Inácio Lula Da Silva do Brasil do Brasil, Rafael Correa do Equador e o espanhol José Luis Rodríguez Zapatero.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, enviou uma carta na qual agradece o convite, felicita o Grupo Puebla e mostra as relações fluidas que ocorreram no encontro entre o órgão supranacional e a aliança de esquerda.
Na Carta, Guterres exorta ao “fortalecimento do multilateralismo e da cooperação internacional”.
“Essa adversidade nos lembrou, na medida do possível, o preço que pagamos pelas fragilidades de um modelo de desenvolvimento que aprofundou as desigualdades, a deterioração ambiental e as mudanças climáticas que colocam em risco a segurança humana”, afirma ele, ao apelar para “seguir em frente” no sentido de “mais igualdade, inclusão e coesão social, com sustentabilidade ambiental e justiça climática, em linha com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”.
“Mesagem do Secretário-Geral da ONU ao Grupo de Puebla | Via Fundação Perseu Abramo”, publicou o Grupo Puebla em 29 de janeiro.
✍️ Mensagem do Secretário-Geral da ONU ao Grupo de Puebla | Via @fpabramohttps://t.co/n4I9UARJz9
— Grupo de Puebla (@ProgresaLatam) January 29, 2021
Manifesto esquerdista, mais uma resposta à Carta de Madrid?
Segundo vários comentaristas políticos, o Grupo de Puebla é herdeiro do Fórum de São Paulo, que é o pai das ditaduras socialistas latinas responsáveis pelo narcotráfico. Com 49 membros desde a sua fundação em julho de 2019, na cidade mexicana que lhe dá o nome, o Grupo Puebla cresceu nos últimos meses e se consolidou como uma das alianças que pretende tomar o poder na América Latina.
O Grupo de Puebla lançou neste encontro em janeiro as bases para um “Manifesto Progressivo”, documento em construção que nasceu dessa aliança e que será lançado nas próximas semanas, marcando sua agenda econômica, política e social para a América Latina. Entre seus objetivos, incluiu “a recuperação do papel fundamental do Estado, a reforma do sistema das Nações Unidas, a exclusão digital, a necessidade de fortalecer a integração” e a proteção de países como Cuba e Venezuela.
A Fundação Disenso, organizadora do Foro de Madrid – criado em outunro de 2020 para barrar o avanço do comunismo mundial – já avisou através da ‘Carta de Madrid‘, assinada por mais de uma centena de personalidades conservadoras da Iberosfera (inclusive os deputados Bia Kicis e Eduardo Bolsonaro), que uma parte da região “é sequestrada por regimes totalitários de inspiração comunista, apoiados pelo narcotráfico e terceiros países. Todos eles, sob a égide de Cuba e de iniciativas como o Fórum de São Paulo e o Grupo de Puebla, que se infiltram nos centros de poder para impor sua agenda ideológica”.
SURGE O FORO DE MADRID, CONTRAPONTO AO FORO DE SÃO PAULO
Líder do partido de direita VOX @vox_es , o deputado espanhol Santiago Abascal @Santi_ABASCAL liderou a publicação da CARTA DE MADRID, ato de defesa da liberdade e contra o comunismo. pic.twitter.com/DoQJT3IELq
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) October 26, 2020
A carta do Foro de Madrid diz que “a ameaça [de regimes totalitários de inspiração comunista] não se limita exclusivamente aos países que sofrem o jugo totalitário”, mas segundo o Foro de Madrid, “o projeto ideológico e criminoso que está subjugando as liberdades e direitos dos povos da região tem como objetivo entrar em outros países e continentes para desestabilizar as democracias liberais e o Estado de Direito”.
A carta, em defesa da liberdade, da democracia e do Estado de Direito na Iberosfera, teve uma resposta da esquerda em novembro de 2020 por meio da ‘Declaração de La Paz‘, assinada pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández, além dos esquerdistas Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador), Dilma Rousseff (Brasil), o grego Alexis Tsipras e o espanhol José Luis Rodríguez Zapatero. No documento, o “golpe de ultradireita” é colocado como “a principal ameaça à democracia e à paz social”.