O primeiro ser dotado de inteligência, criado por Deus, capaz de interagir intelectual e emocionalmente com seu próximo, surge envolto pela natureza e a diversidade de animais criados pelo Altíssimo, sendo únicas ‘testemunhas’ presentes da maior obra da criação divina: o Homem. Após tê-lo criado, Deus declara quase como um sinal de alerta de que “não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e o corresponda” (Genesis 2:18). Nesse texto, podemos perceber que o que ‘não é bom’ pode ser ruim. E não há nada mais ruim e danoso ao ser humano do que a possibilidade da solidão permanente, visto que Deus percebe a importância da existência de mais ‘alguém’, correspondendo a sua própria espécie.
No filme ‘O Náufrago’, o personagem vivido por Tom Hancks sofre um acidente de avião e, devido a isso, ele passa a viver numa ilha remota e isolada. Ali, ele busca resolver questões básicas para sua sobrevivência, a exemplo da alimentação. Rapidamente essas questões essenciais foram solucionadas e surgiram outras de ordem relacional e emocional. Com o peso da solidão, ele resolve desenhar, numa bola uma face com características humanas. dando-lhe o nome de Wilson. O personagem faz daquela bola um ser para que possa se relacionar. O filme acaba transmitindo a ideia do quanto o outro é importante em nossas vidas, e que não fomos feitos para viver isoladamente, sem poder interagir com outras pessoas.
Sob essa mesma ótica anterior, a pandemia do Coronavírus trouxe decisões políticas inconsequentes, com perfis mais restritivos no que tange ao ‘isolamento social’, que não levou em consideração o ser humano como um todo, dotado de necessidades sociais, emocionais e espirituais. Após um ano, vários diagnósticos clínicos têm sido levantados, como ‘a loucura coletiva causada pelo medo delirante de COVID-19’, dito pelo dr. Joseph Mercola. O medo é o fator principal dos efeitos de ordem psicológica, e tem maior agravamento quando a sensação de solidão se mostra presente. Não fomos criados para o isolamento, reclusão, distanciamento entre pessoas, principalmente, em casos prolongados, nem tão pouco para sentir medo por longo prazo.
‘Ajuntamento’, talvez, seja uma das palavras mais marginalizadas nesses últimos meses de pandemia, pois traduz para as pessoas a ideia de provocar contágio do Covid-19. O ‘ajuntamento’ efetivo é algo que insistem em colocar cada vez mais no ‘isolamento’, a fim de ‘proteger’ as pessoas do mal causado pelo vírus.
De um modo geral, quando a bíblia se refere a comunhão, parte da intenção de que as pessoas estejam num certo nível de ‘ajuntamento’, reunidas, trocando experiências sobre sua fé, conversando pessoalmente e falando sobre aquele que é o Autor da vida. “Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação.” (1 Coríntios 14:26).
O ‘ajuntamento’ saudável e responsável é um fator gerador de alegria que brota no coração do ser humano, capaz expulsar a tristeza, gerar ânimo, criatividade, encorajamento, aconselhamento e coisas semelhantes que possam provocar a sensação de que ninguém está só. Portanto, salvemos o ‘ajuntamento’ saudável para que ele continue sendo uma força dentro de nós, nos movendo com sabedoria e entendimento em direção ao outro.
“Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração.” (Atos 2:46)
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