Foto: Natacha Pisarenko/ AP
Lendo notícias do mundo todo sobre a a prisão de Lula me deparei com um artigo de Maurício D’ Alessandro do Clarín da Argentina. Vale a leitura.
Com atitudes como a de Lula e de seus seguidores, não há Justiça que atinja
O ex-presidente do Brasil não quer cumprir a decisão de um juiz incorruptível. E o que é pior, uma parte da população se rebela contra o encarceramento.
“Mais lágrimas são derramadas por orações respondidas do que por respostas não respondidas.” Santa Teresa de Jesus, citada por Truman Capote em “Serviço de Oração”. Em nosso país, a Justiça é severamente questionada. No entanto, no Brasil, goza de grande simpatia e na América Latina é considerado o melhor da região. Na Argentina, o Kirchnerismo em questão questiona alternadamente a Justiça, por um lado, e a decisão de aprisionar os corruptos sob o processo (enquanto isso durar). Já no Brasil tudo deveria ser perfeito. Juiz Moro é respeitado e admirado em todo o mundo e como se isso não bastasse, ele é um profeta em sua terra. Ninguém pensa nele como corrupto ou ineficaz. Lula é condenado em primeira e segunda instância. A justiça foi rápida e eficiente. No entanto, Lula, o homem que tirou 20 milhões de brasileiros da pobreza, não quer cumprir a decisão. E o que é pior, uma parte importante da população se revolta contra a decisão que pretende aprisionar. A decisão de um juiz incorruptível, numa sociedade farta de corrupção. Uma decisão que com todas as garantias completou o processo em pouco mais de dois anos. Uma decisão que ratificou a melhor justiça na América Latina. É que, embora não gostemos, o que continua enviando é política. Enquanto os governantes permanecem no poder, enquanto o Estado continua a ser a caverna onde os parentes e amigos se escondem, enquanto as pessoas percebem que o tráfico de influência pode mudar o destino de uma empresa comercial, seja básica ou pequena, não haverá Justiça que possa alcança-lo.
Tradução: Henrique Speck