O Brasil está no topo do ranking de casos de ansiedade no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Logo em seguida, aparecem países como Paraguai, Noruega, Nova Zelândia e Austrália.
Estima-se que cerca de 9,3% dos brasileiros sofram com o transtorno de ansiedade patológica. Caso não haja tratamento, o problema pode se agravar. Uma pesquisa recente feita nos EUA apontou ligações entre ansiedade e derrame, insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana, doença autoimune e distúrbios neurodegenerativos.
O maior desafio para essa questão é que, atualmente, muitas dessas pessoas encontram dificuldades para procurar ajuda especializada pela falsa ideia de que os problemas de saúde mental podem ser resolvidos por conta própria.
Além disso, existem fatores como falta de acesso a serviços especializados, falta de informação, dificuldade para diagnóstico e, infelizmente, o entendimento de que esses problemas são secundários, o que faz com que muitas pessoas sequer procurem o tratamento adequado.
“O que você tem no Brasil é um bom sistema de epidemiologia pública de coleta de dados, então os dados são bastante confiáveis, e uma população muito aberta para conversar de problemas emocionais”, avalia Márcio Bernik, psiquiatra e coordenador do Programa de Transtornos de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
O especialista entende que este pode ser o motivo pelo qual o país aparece na primeira colocação de países mais ansiosos. Para ele, começamos a entrar agora na terceira onda de aumento de problemas mentais, muito disso em consequência da pandemia.
A prevenção ao desenvolvimento desse problema não é simples, mas tem efetividade se o tratamento for levado a sério, e inclui a adoção de hábitos que ampliam a qualidade da saúde geral como um todo.
Boa alimentação, exercícios físicos, hábitos de higiene e acesso aos serviços de saúde são algumas das medidas que previnem ou amenizam os transtornos de ansiedade, não esquecendo o tratamento psicológico ou psiquiátrico, considerado fundamental para a evolução do quadro.