A pandemia em curso modificou a rotina de exercícios de milhões pessoas em todo o mundo, já que academias, estúdios de ginástica, piscinas e parques foram forçados a ajustar funções diárias para atender às diretrizes locais e estaduais.
Como resultado, muitos indivíduos não tiveram acesso a equipamentos de ginástica ou outros recursos que normalmente usariam para se exercitar por meses. No entanto, mesmo com as restrições, a importância de se envolver em atividades físicas deve permanecer, ainda que medidas de ‘tranca-tranca’ voltem a ser estabelecidas. É o que afirma Danilo Luis Peres.
Atuante nas principais redes de academias e estúdios de Campinas, cidade do interior do estado de São Paulo, o personal trainer evidencia os benefícios da atividade física e o quanto ela tem ajudado pessoas de diferentes idades.
Danilo diz que a prática regular de exercícios sob orientação profissional é de suma importância para uma vida saudável. “Cada treino é estabelecido conforme a realidade individual do aluno. Entre os benefícios, podemos mencionar a correção postural da coluna, que tem sido um problema cada vez maior na sociedade, especialmente em casos envolvendo pessoas que cumprem ampla rotina de estudo e trabalho remotos”, explica.
Outra vantagem destacada pelo profissional está no progresso e desenvolvimento motor do aluno, expandindo melhora significativa no funcionamento do cérebro e coração. “Tudo isso proporciona sensação de bem-estar, ocasionando também condições envolvendo a autoestima e, é claro, maior redução dos sintomas depressivos ansiosos, entre outros”, reitera.
Obesidade em escala global
De acordo com um relatório recente da Federação Mundial de Obesidade, centenas de milhares de mortes por coronavírus poderiam ter sido evitadas se as taxas de obesidade fossem menores. Estudos mostraram que a taxa de mortalidade de Covid-19 foi expressivamente maior em países onde parte da população está acima do peso.
O Reino Unido teve uma das maiores taxas de mortalidade por coronavírus — e também a quarta maior taxa de obesidade do mundo. Estima-se que quase dois terços (63%) dos adultos estão acima de um peso considerado saudável, com 36% em sobrepeso e 28% obesos, segundo dados oficiais do governo em 2020.
No Brasil, o estudo da Rede CoVida, realizada em parceria entre o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fundação Oswaldo Cruz da Bahia (Cidacs/Fiocruz Bahia) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA), concluiu que pessoas com obesidade possuem maior probabilidade de desenvolver um estágio avançado da Covid-19.
Esta foi a primeira produção científica com números usados no Brasil.
O levantamento reforça outras pesquisas desenvolvidas no exterior — apontando fatores de comorbidades, como diabetes ou problemas cardiovasculares. De acordo com os dados, estar acima do peso possui maior risco de morte para adultos e idosos. O quadro foi responsável por 1,33 vezes mais mortes e 1,31 vezes mais registros de adultos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
Críticas a governadores e prefeitos
Ao acentuar os itens registrados acima, Danilo Luis Peres entende que o cenário global aponta para um ‘grande alerta’ que carece ser atendido. Crítico de diversas medidas que resultaram no fechamento total e/ou parcial das redes de academia, o profissional entende que prefeitos e governadores devem, acima de tudo, garantir as liberdades individuais para possibilitar que todos tenham a oportunidade e o acesso de serem mais ativos —seja ao ar livre, por meio de instalações locais de fitness e lazer— na escola, no local de trabalho ou com treinos acompanhados em casa.
Peres, que já está vacinado com as duas doses da AstraZeneca, compreende que, apesar dos avanços no processo de imunização, existem muitas dúvidas científicas, políticas e sociais sobre questões no tocante à pandemia, como a origem do vírus. Por conta disso, critica a adoção do ‘passaporte sanitário’ no país, uma vez que, segundo ele, abriria espaço para resultar em segregação espacial urbana, em adição ao agravamento de outros problemas sociais.
Data para lembrar
Neste mês de setembro, comemorou-se o Dia do Profissional de Educação Física. A data é tendente à valorização das modalidades referentes ao segmento. Instituída na Lei Federal nº 9696 – a Profissão de Educação Física foi regulamentada e estabelecida com os seus respectivos Conselhos Federais e Regionais.
“Em tempos de pandemia, manter o corpo e a mente em completa harmonia é prevenir-se contra várias doenças. Estamos atentos aos índices das vítimas da Covid-19 que, sua grande maioria, eram pessoas com sobrepeso e com doenças preexistentes, infelizmente”, completou Danilo Luis Peres.