Desde o início de suas operações na cidade de São Paulo, as empresas Transwolff e UpBus acumularam um montante de R$5,491 bilhões, entre subsídios concedidos pela Prefeitura e receita proveniente da venda de passagens. Esses dados foram levantados pela SPtrans a pedido da CNN Brasil.
Ambas as empresas foram alvos de busca e apreensão durante uma operação coordenada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), resultando na prisão de empresários e funcionários na Operação Fim da Linha, ocorrida na terça-feira (9).
O MPSP e a Polícia afirmam que essas empresas estão sob o controle do PCC, principal facção que atua em São Paulo. A Transwolff opera na cidade desde janeiro de 2015 e é responsável por 132 linhas, com uma frota de 1.206 ônibus. Desde então, recebeu R$5,1 bilhões. Ela opera dois lotes da licitação na Zona Sul, abrangendo áreas como Parelheiros, Grajaú, Varginha, Santo Amaro, Jardim Angela e Capão Redondo.
Por outro lado, a UpBus opera 13 linhas na Zona Leste, com uma frota de 159 veículos. Desde setembro de 2018, quando foi contratada pela primeira vez, até dezembro de 2023, a empresa recebeu R$391 milhões pelo serviço de transporte de passageiros. Seus ônibus circulam por áreas como Itaim Paulista, Cidade Tiradentes, A.E Carvalho, Itaquera e Penha.
Os valores mencionados são brutos e englobam os faturamentos totais, sem descontos de multas contratuais. Até o momento, o MP não encontrou indícios de envolvimento de agentes públicos no favorecimento dessas empresas, mas a investigação continua analisando a licitação e os contratos firmados com o poder público. Tanto o Tribunal de Contas do Município quanto a Controladoria Geral do Município também participarão dessa análise.
A reportagem não conseguiu contatar representantes das empresas após a prisão de parte de seu quadro societário. A prefeitura implementou uma intervenção em ambas até a conclusão da investigação. A gestão municipal assegurou que nenhum passageiro será prejudicado durante esse período e que os mais de 4 mil funcionários terão seus direitos trabalhistas respeitados.