O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) sustenta não ser preciso ‘matar bebê’ para se vingar de estuprador. O congressista é um dos coautores do Projeto de Lei ‘antiaborto’ (1.904 de 2024).
“Eu não tenho que matar uma criança para poder me vingar do estuprador, o que a gente precisa é endurecer as penas para o estuprador”, argumenta o parlamentar. “Crianças não tem nada a ver com o que aconteceu terrivelmente aqui fora”, reitera.
Eis a íntegra da fala do deputado sobre o tema:
“O que tenho a dizer agora não é somente para poder desmentir, é para principalmente falar a verdade sobre o PL antiaborto. Vamos lá. E vamos voltar um pouquinho no tempo para você entender. O Conselho Federal de Medicina proibia a sistolia fetal em casos de acima de 22 semanas. Afinal de contas, o que é isso? A sistolia fetal é um procedimento onde é colocado cloreto de potássio através de uma agulha no coração da criança para gerar uma parada cardíaca e ela morrer dentro da barriga da mulher. Esse procedimento, sem um anestésico, é proibido pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, ou seja, isso não faz nem animal, porque obviamente gera uma dor surreal na criança.
Daí o ministro Alexandre de Moraes suspendeu essa resolução do Conselho Federal de Medicina, ou seja, permitindo que após 22 semanas dentro da barriga, possa-se fazer aquele procedimento lá que gera parada cardíaca na criança dentro da barriga. Nós, juntamente com o deputado Sócines, fizemos o quê? A gente disse, opa, tá errado, isso daí deve ser considerado um homicídio. Afinal de contas, você tem diversos casos de bebês que nasceram prematuros, ou seja, com 22 semanas. Isso aqui não é eu acho ou não que é vida. É vida. Gêmeos que nasceram com 22 semanas recebem alta do hospital após 130 dias internadas. As gêmeas estão aqui. Sabe qual é a única diferença delas para aquelas que estão dentro da barriga? Sim, que a outra está dentro da barriga. Ah, Nicolas, mas essas meninas aqui não foram vítimas de fruto de estupro. Suponhamos que eu dissesse, essas duas aqui são vítimas de estupro. Você mataria elas agora? Com licença, viu? É porque foi vítima de estupro, vou ter que matar essas duas crianças, que não tem nada a ver com o que aconteceu terrivelmente aqui fora.
Voltando agora para o tempo atual. Uma mulher que for estuprada, ela tem o direito constitucional de aborto. Isso não vai mudar. Mas, caso isso ultrapasse 22 semanas, a intenção do projeto é que isso, de fato, se torne um homicídio. Porque, de fato, é. O tema é sensível e é claro que a esquerda utiliza disso pra poder criar narrativas que são mentirosas. E pra isso eu quero te fazer algumas perguntas. Qual a diferença de você pra uma criança de 22 semanas? São duas. Tempo e nutrição. Só. Você tem diversos casos no mundo inteiro de pessoas que foram frutos de estupro, mas decidiram continuar a sua vida e hoje tem uma vida. Como é o caso da Paula, que foi estuprada e ainda assim decidir ter seu filho. Eu duvido você chegar pra essa criança agora e dizer, você não tem direito de viver, porque você veio de uma situação extremamente triste e terrível. Eu preciso te matar. E é claro, nem todo mundo tem a condição de ser tão forte a ponto dessa mãe.
Mas tem uma outra opção. A criança não é mãe. Concordo. Uma opção é a adoção. Afinal de contas, eu acredito que essa criança viva seja melhor do que ela morta. E a fila é gigantesca. E o que atrapalha? A burocracia. Eu não tenho que matar uma criança pra poder vingar do estuprador. O que a gente precisa é endurecer as penas pro estuprador. E aí que eu quero ver. E se você tá aqui até agora nesse vídeo, parabéns. Eu tenho certeza que vai ter gente que vai comentar e nem chegou até aqui.
Mas continuemos. O próprio autor do projeto vai pedir para poder aumentar a pena para estupro para 30 anos. E aí que eu quero ver se a esquerda vai ser a favor disso. Como, por exemplo, de assinar um requerimento para que vá com urgência para o plenário o projeto de castração química para estupradores. Pois é. Aí não! Ali pra ferrar o estuprador não, vamos matar a criança dentro do ventre. E é impressionante como a esquerda nunca quer punir o estuprador. Desde a época do Bolsonaro, onde ele defendia esse projeto, a esquerda sempre foi contra. E agora que vem o desafio do Nicolau, vai na página de um deputadozinho de esquerda, deputada de esquerda, que tá aí mentindo sobre esse projeto e fala, você é a favor de aumentar a pena para o estuprador? Tô muito curioso pra ver. E eu não tô entendendo essa choradeira toda da esquerda. Afinal de contas, o próprio governo Lula lavou as mãos sobre o PL e orientou o PT a aprovar a urgência. Então, obrigado, PT. Todos juntos contra o homicídio de crianças do ventre. Sabe qual que é a real de tudo isso? Por que tem tanta movimentação sobre aborto, mentira, desinformação? É porque eles querem, a pequenos passos, aprovar o aborto aqui no Brasil. Simples assim.
Hoje, se uma pessoa tem uma gravidez decorrente de violência sexual, basta ela relatar à equipe médica que vai ser concedido o aborto. E com o trabalho que o feminismo faz de desumanizar uma criança, O que impede uma mulher mentir sobre isso e cometer aborto? É simples. O que eles querem é cada vez mais aumentar o tempo para poder se matar uma criança dentro da barriga. Até ficar igual a Colômbia, que permitiu até a 24ª semana de gestação. Lembrando que nós não estamos falando de um aglomerado de células, como eles gostam de fazer. Nós estamos falando dessa criança. Ela tem 24 semanas de gestação. Ou até chegar no Canadá, que o aborto lá não é limitado por lei, ou seja, você pode matar uma criança dentro do ventre em qualquer fase gestacional. E eu sei que o tema é extremamente sensível, e muita gente se aproveita disso pra poder colocar sua agenda ideológica, principalmente pra poder liberar o aborto aqui no Brasil. Afinal de contas, quando a gente fala em estupro, não vai ter ninguém que vai ser a favor disso. E é claro que é um dos piores crimes que existe. E por isso muita gente não para pra entender o que está acontecendo, porque caso contrário, pode ser aí cancelado. E por isso que o debate tem que ser técnico e real. E não fazer como algumas pessoas [em referência à Erika Hilton], que quando vai debater outros temas, fala sem útero, sem opinião. Imagina se eu usasse o mesmo critério pra essas questões agora, hein? Muita gente não poderia estar falando.
Porque parece que todo mundo esqueceu que aqui há uma vida. E no fim das contas, quem tá lutando por ela? Caso essa mulher que sofreu o abuso queira abortar antes dos 22 semanas, ela poderá fazer isso porque é o seu direito constitucional dela. Mas se for depois disso, o projeto diz que não. De que de fato será considerado um homicídio, porque de fato é. E não importa a choradeira, a cara de pau da esquerda de dizer que tá lutando pela vida, direito das mulheres, porque a gente sempre vai desmascarar elas. Defendendo o direito que ninguém pode tirar seu, que é a vida, olhando pras mulheres que sofrem abuso sexual e principalmente penalizar os estupradores com a maior pena possível. O teste de moralidade de uma sociedade é o que ela faz com as suas crianças.”