O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, abordou os resultados da recente pesquisa Datafolha que revelou dados sobre a aprovação e rejeição ao STF. Barroso alegou que “o valor de um tribunal não pode ser aferido em pesquisa de opinião” durante entrevista à CNN.
O ministro afirmou que a missão do STF é pautada na salvaguarda e interpretação do texto constitucional, o que pode desagradar a diversos grupos poderosos, sejam eles econômicos, governamentais, ambientalistas, agricultores ou indígenas. Barroso destacou que o arranjo constitucional brasileiro leva ao judiciário as questões mais divisivas da sociedade, e o tribunal precisa decidir essas questões.
O levantamento, divulgado no último sábado (9), indicou um aumento na rejeição ao STF de 31% para 38% desde o ano passado, enquanto a aprovação diminuiu de 31% para 27%. Barroso, porém, considera a rejeição “até modesta” e sustenta que números negativos não devem ser critério para avaliar o valor de um tribunal.
“Esse não pode ser o critério pelo qual vai se averiguar o valor de um tribunal. Um tribunal precisa fazer a coisa certa”, declarou Barroso à CNN.
Para Barroso, a justificativa para alta rejeição parte de um dever constitucional da Corte na proteção das minorias. “Quando você protege minorias, você frequentemente desagrada às maiorias”, expôs.
“Boa parte desses 38% decorrem da incompreensão. Se as pessoas entendessem [o dever do STF], acho que teríamos uns 90% de aprovação”, emendou.