O ano de 2025 começa no Brasil sob o impacto de um cenário econômico e político marcado por contradições e promessas não cumpridas. Durante o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o otimismo inicial de 2023 deu lugar a um ambiente de incertezas que agora se projeta no novo ano, agravado por velhas práticas que colidem com as demandas do presente.
A disparada do dólar, que já ultrapassou a marca dos R$ 6, mostra um mercado financeiro desconfiado, em meio a sinais de descontrole fiscal e uma agenda econômica que falha em gerar estabilidade. A inflação, embora oficialmente dentro das metas, apresenta alta acumulada nos últimos meses, pressionada por itens essenciais como alimentos e combustíveis. A situação, aliada à manutenção de juros elevados pelo Banco Central, sufoca o consumo e desestimula investimentos privados.
A crise fiscal se aprofunda com a dificuldade do governo em aprovar reformas estruturantes no Congresso. A promessa de equilíbrio nas contas públicas enfrenta resistência, tanto no campo político quanto no econômico, à medida que gastos obrigatórios continuam a crescer sem contrapartidas claras de arrecadação.
No âmbito político, Lula enfrenta desafios de governabilidade. A coalizão construída com partidos do centrão tem se mostrado frágil, com pautas essenciais travadas por divergências internas. Além disso, as tensões entre o governo federal e os governos estaduais turbinam ainda mais a instabilidade institucional, enquanto as demandas populares por segurança, saúde e educação permanecem em segundo plano.
Com o Brasil entrando em 2025 carregando velhas políticas e desafios não resolvidos, a sensação predominante é de que o ano novo herda problemas antigos. No discurso oficial, o governo promete retomada econômica e justiça social, mas os números no campo real contam outra história, que é de praxe do lulopetismo, uma tradicional e eterno descompasso entre discurso e prática.