O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, participou de um culto evangélico na última sexta-feira (21) e foi aplaudido de pé ao criticar a criminalização de mulheres vítimas de estupro que praticam o aborto.
De acordo com o ministro, “quem quer que uma mulher que foi estuprada seja presa está envenenado pela ideologia do ódio”. A fala foi proferida na Igreja Batista da Água Branca, do pastor Ed René Kivitz, em São Paulo (SP), durante o evento “Conversas Pastorais”.
“Está em engano, está envenenado pela ideologia do ódio quem defende que os jovens negros sejam exterminados pela polícia. Porque está em engano e está envenenado pela ideologia do ódio quem defende uma política de segurança pública que quer buscar transformar policiais em matadores e leva os policiais à morte, ao desespero e ao suicídio”, afirmou Almeida durante o culto.
“Quem defende uma política violenta não é amigo dos policiais, é inimigo dos policiais. Porque está em engano e está envenenado pela ideologia do ódio quem quer que uma mulher que foi estuprada seja presa”, completou ele.
Em seu discurso, ele também a política de armas adotada no governo federal entre 2019 e 2022, soltando indiretas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um dos entusiastas da flexibilização da posse e porte de armas.
“Pode a religião desse Deus gostar de armas, gostar de violência? Pode a religião que cultua um homem que foi torturado defender camisetas com nome de torturador? Eu acho que não pode”, disse o ministro.
Na visão de Almeida, “polarização é você divergir, talvez sobre questões que são relevantes, que são importantes, mas não há polarização entre a democracia de um lado e entre fascismo e morte do outro. Isso não é polarização”.