O cenário político de 2022 continua gerando diversas turbulências entre políticos, eventuais candidatos e as tão disputadas legendas partidárias.
Com o fim do prazo legal para poder trocar de sigla sem correr o risco de perder o mandato, cujo período foi encerrado nesta sexta-feira (1º), lideranças de várias partes do país montaram diversas estratégias para consolidar o máximo de nomes possíveis em seus grupos.
Conforme registrado por este jornal digital, o ex-juiz Sergio Moro foi um dos nomes que mais causou tumulto ao longo da semana. De modo inesperado, ele decidiu sair do Podemos e migrar para o União Brasil, sigla oriunda de uma fusão entre DEM e PSL.
Com a retirada abrupta, lideranças do Podemos iniciaram uma série de boicotes contra o ex-magistrado, alegando que Moro não forneceu nenhum aviso prévio de que deixaria a legenda. Nos bastidores, o termo “Moro traidor” passou a circular entre os ex-aliados, que agora formam mais um bloco contrário a ele.
Em zona de conflito: Por essa nem mesmo Sergio Moro esperava
Entre o vai e vem da política, uma movimentação pode causar grande reviravolta no rumo eleitoral do país. Trata-se de uma ligação que Sergio Moro teria recebido de ACM Neto, cacique do União Brasil.
De acordo com Ricardo Noblat, do Metrópoles, o político baiano orientou o ex-ministro e a esposa dele, a advogada Rosângela Moro, a se desfiliarem do partido, sob a justificativa de que ambos “não são bem-vindos” na agremiação.
O gesto de ACM Neto teria recebido apoio de Ronaldo Caiado, governador de Goiás, além de incluir a alta cúpula do União-Brasil, que também teria dado aval em torno da posição do baiano.
Outro embate entrou evidência após uma pressão coletiva no União Brasil pela impugnação da filiação do ex-juiz. Uma forte ala reagiu pedindo a saída dele. Depois da tensão, a tentativa de retirá-lo foi rejeitada.
Em consequência disso, o recado foi dado: para permanecer, o projeto de Sergio Moro deve ser restrito ao Estado de São Paulo. Por isso, se os olhos dele ainda almejarem o Planalto, Moro corre o risco de não conseguir encontrar um partido em tempo hábil para o pleito deste ano. Por ora, terá de concorrer a deputado federal ou ficará definitivamente fora do antigo DEM-PSL.