O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) expressou irritação diante da informação de que o Partido Liberal (PL) planeja recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no processo de cassação de seu mandato, apesar de sua vitória e absolvição pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná.
A principal fonte de insatisfação do ex-juiz da Lava Jato seria o ex-presidente Jair Bolsonaro, presidente de honra da legenda. Moro teria buscado interlocutores de Bolsonaro, como o advogado e assessor Fábio Wajngarten, para exigir explicações.
Segundo relatos, Moro teria sido informado de que o ex-chefe do Executivo está agindo nos bastidores para persuadir o PL a desistir do processo. A resposta recebida pelo ex-ministro da Justiça teria sido que Bolsonaro trabalha para que o partido recue com a ação. Como resultado, Moro estaria fazendo críticas a Bolsonaro nos bastidores, acusando-o de não cumprir sua palavra.
A decisão de continuar com o processo em uma instância superior teria partido de Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Valdemar teria justificado sua decisão argumentando que houve uso de recursos públicos do partido na ação judicial, o que tornaria obrigatório para o partido prosseguir com a investida.
A suposta ‘promessa’ de que o PL recorreria em caso de não cassação já teria sido feita quando o julgamento começou, no início do mês. A mesma afirmação teria sido feita pela equipe jurídica do PT, outro autor do pedido de cassação.
Ambos os partidos sustentam que houve abuso de poder econômico por parte de Moro, que se apresentava como presidenciável na pré-campanha e, posteriormente, candidatou-se ao Senado. Na última terça-feira (9), o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) absolveu Moro das acusações feitas pelo PT e PL, com 5 votos contra sua cassação e 2 a favor.