O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), participaram de um jantar na noite desta segunda-feira (5).
O encontro, que foi organizado por parlamentares, tinha como objetivo selar a paz entre os dois, que protagonizaram vários atritos e embates públicos nas últimas semanas.
A reunião aconteceu na casa do ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), localizada na Asa Sul, em Brasília/DF.
Durante entrevista coletiva após o jantar, Rodrigo Maia, que na semana passada chamou Paulo Guedes de ‘desequilibrado’, pediu desculpas ao ministro da Economia.
“Infelizmente, nos meses seguintes à [reforma da] Previdência, por erros, nós fomos nos afastando. Agora na pandemia mais ainda e na semana passada… Deixo aqui meu pedido de desculpas, fui indelicado e grosseiro. Não é do meu feitio” disse Maia, olhando para Guedes.
O presidente da Câmara afirmou ainda que situação fiscal do Brasil é ‘dramática’. Na visão dele, os poderes da República devem estar unidos para ‘assumir as responsabilidades’.
Durante sua fala, ele também mencionou a discussão sobre o Renda Cidadã, um programa de transferência de renda que substituirá o Bolsa Família.
“A agenda de reformas não pode parar, independentemente das eleições municipais. O teto de gastos é a primeira de nossas urgências, porque com a regulamentação do teto de gastos, a gente resolve o [novo] programa social”, declarou Maia.
Paulo Guedes, por sua vez, também adotou tom de reconciliação. O ministro assegurou que nunca ofendeu Rodrigo Maia, mas pediu desculpas por qualquer mal-entendido.
“Eu nunca ofendi o presidente Rodrigo Maia. Isso não é ofensa pessoal, foi uma troca de opiniões. O presidente Rodrigo Maia falou: ‘Olha, você está atrasando a reforma tributária’. E eu: ‘Olha, e as privatizações aí?’. Isso são trocas de opinião. Não tem ofensa. Agora, eu, caso tenha ofendido o presidente Rodrigo Maia, ou qualquer político que eu possa ter ofendido inadvertidamente, eu peço desculpas também. Não é um problema”, disse Guedes.
“Agradeço e retribuo ao Rodrigo [Maia]. Os interesses do Brasil estão acima de qualquer interesse pessoal e divergência. Ano passado trabalhamos muito bem, juntos, nas reformas”, completou o ministro da Economia.
O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que também marcou presença, disse que o jantar “marca um novo iniciar dessa relação”.
“Com franqueza, honestidade e com divergências, que é natural da vida pública. Mas sempre dialogando”, afirmou Alcolumbre.