O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), afirmou na quinta-feira (1º) que a tradicional celebração religiosa Círio de Nazaré “é uma festa do povo” e “não é mais da Igreja Católica”.
A declaração foi proferida na capital paraense, em um comício político que contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Venha, venha festejar o Círio e ver a maior festa religiosa do mundo, onde evangélicos, umbandistas, candomblecistas, todos participam, porque a festa é do povo. Já não é mais da Igreja Católica”, disse ele.
A festa de Círio é uma das principais manifestações religiosas à Nossa Senhora de Nazaré e tem mais de 200 anos de história somente em Belém. A celebração, inclusive, já foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial e Patrimônio Cultural da Humanidade.
A fala do esquerdista provocou reações de membros do catolicismo. Em nota, a Arquidiocese de Belém disse que “palavras pronunciadas pelo prefeito feriram completamente não só a comunidade católica, mas a veracidade dos fatos históricos”.
A entidade religiosa declarou ainda que “o Círio de Nossa Senhora de Nazaré sempre foi e sempre será da Igreja Católica Apostólica Romana”.
“Toda e qualquer pessoa se sinta bem-vinda para viver e participar desta manifestação mariana, independentemente de sua devoção. Porém, jamais será permitida pela Arquidiocese de Belém qualquer manifestação que pretenda se apossar e muito menos ultrajar nossa fé católica, independente das intenções ou pretensões de qualquer ordem”, diz o comunicado.
Depois do imbróglio e de diversas críticas recebidas por cristãos, o prefeito Edmilson Rodrigues foi às redes sociais “para evitar mal-entendidos” e “ratificar o meu mais profundo respeito à Igreja Católica”. Segundo ele, a declaração foi deturpada por adversários.
“Ao me referir à grandiosidade e importância do Círio de Nossa Senhora de Nazaré – maior manifestação católica do mundo – ressaltei que ela era uma festa de todo o nosso povo, que, portanto, contava com a participação de pessoas das mais diversas religiões”, justificou.