O Partido dos Trabalhadores entrou com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o pastor José Wellington Costa Jr., presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB).
A CGADB é a maior convenção da Assembleia de Deus no Brasil, denominação que reúne cerca de um a cada três evangélicos no país, de acordo com um levantamento do Datafolha sobre o tema, realizado em 2016.
Na ação, o PT alega que o pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente de honra da CGADB, e o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), representante da igreja e líder da bancada evangélica na Câmara, “discursaram em favor da reeleição do presidente, com a sua anuência explícita”, e que “o evento não passou de um ato de campanha, a despeito da aparência de culto religioso”.
O partido incluiu Bolsonaro como alvo da ação por levar em consideração que “seu envolvimento foi ativo e proativo”, destacando que o chefe do Executivo federal também discursou durante o culto. A ação da legenda tem gerado fortes críticas de pastores e lideranças do segmento evangélico, especialmente de nomes ligados à Assembleia de Deus.
— Não há dúvida de que o único objetivo de todos os representados era a promoção da campanha eleitoral extemporânea. Os cultos religiosos, inclusive, apenas fomentaram o apoio à reeleição do atual presidente. Durante a fala do representado, nenhum outro tema foi tratado – quer de cunho religioso, quer em relação a atos próprios de governo – a não ser a conclamação de apoio dos fiéis para pleito eleitoral de 2022 — sustentam os advogados da sigla.
A relatora da representação no TSE é a ministra Maria Claudia Bucchianeri.